
Um estudo conduzido pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), mostrou que as teleconsultas são tão eficazes quanto os atendimentos presenciais no acompanhamento médico. A pesquisa, publicada na revista The Lancet, reforça a confiança no modelo e aponta um futuro promissor para o uso da telemedicina também em outras áreas, como a ortopedia.
Para o ortopedista Isaías Chaves, a tecnologia representa uma mudança significativa na forma como pacientes podem ser acompanhados após cirurgias, em reabilitação ou em casos de mobilidade reduzida.
“Na clínica ortopédica vemos muitos casos de revisão e de retorno pós-operatório. A teleconsulta pode facilitar esse acompanhamento sem que o paciente precise se deslocar, especialmente quando ele ainda está em recuperação”, explica o médico.
De acordo com Isaías, o modelo remoto não substitui o exame físico, essencial para a ortopedia, mas se consolida como uma ferramenta de apoio eficaz.
“Há aspectos que exigem avaliação presencial, como testes de mobilidade ou palpação de estruturas, mas a telemedicina pode atuar de forma complementar, garantindo que o paciente continue sendo acompanhado, orientado e avaliado à distância com segurança”, afirma.
Além da praticidade, o especialista destaca que o uso da telemedicina pode reduzir as taxas de faltas em revisões e agilizar a identificação de complicações pós-operatórias. Ele também vê potencial no suporte à fisioterapia domiciliar e na orientação contínua sobre exercícios e cuidados durante o processo de recuperação.
“Precisamos enxergar a telemedicina não como substituta da consulta presencial, mas como aliada especialmente no seguimento, no monitoramento e na reabilitação. Isso exige protocolos e treinamento, mas pode ampliar o acesso e a qualidade do cuidado ortopédico no Brasil”, completa Isaías Chaves.
O especialista ressalta ainda que o avanço da telemedicina depende da integração entre o atendimento remoto e as estruturas presenciais, como exames de imagem e reabilitação, além do investimento em conectividade. Dados da Agência Brasil mostram que apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos possuem acesso satisfatório à internet, um desafio que ainda limita a expansão do atendimento digital.




