Autoridades da Cidade do Cabo, na África do Sul, chegaram a analisar rede de esgoto para procurar origem do fedor; entidades alertaram para péssimas condições com que os animais foram submetidos
Uma embarcação com 19 mil cabeças de gado vindas do Brasil inundou toda a capital legislativa da África do Sul com o mau cheiro. A contaminação foi tão forte que autoridades da Cidade do Cabo iniciaram a inspeção da rede de esgoto e acionaram a uma equipe de saúde ambiental para investigar a origem do fedor, antes de descobrirem que navio era o causador.
O navio levava bovinos do Rio Grande do Sul até o Iraque. Após o ocorrido, o Conselho Nacional da Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA) condenou o transporte de animais vivos e afirmou que o fedor “inimaginável” era um indicador das más condições enfrentadas pelo gado na embarcação.
“O fedor a bordo é inimaginável, mas os animais enfrentam isso todos os dias”, destacou a organização, que enviou um veterinário para avaliar o bem-estar dos animais. Segundo a SPCA, a embarcação teria atracado na Cidade do Cabo para pegar ração para o gado.
A informação foi confirmada nas redes sociais por Zahid Badroodien, funcionário do gabinete do prefeito responsável pela água e saneamento. Nas redes sociais, o servidor afirmou que o navio de gado era a origem do “cheiro de esgoto que cobre partes da cidade”.
O partido político Aliança Democrática da África do Sul, que governa a capital, também condenou a prática. “A exportação de animais vivos, como evidenciado por esta situação, expõe os animais a condições perigosas, como níveis perigosos de amónia, mar agitado, stress térmico extremo, lesões, ambientes sujos, exaustão e até morte”, afirmou a sigla.