Médicos se mobilizam por inclusão de cirurgia sem cortes para tratar câncer pelo SUS

 

Procedimento de ablação, ou seja, remoção do tumor, já é oferecido em poucos centros do país por iniciativa própria das instituições; movimento marcado para o dia 13/12 promoverá ‘mutirão’ em alguns centros que atendem o SUS pela técnica minimamente invasiva

Já é possível retirar tumores por procedimentos minimamente invasivos (Divulgação)

 

Oncologistas e médicos intervencionistas vão fazer um movimento pela inclusão no SUS (Sistema Único de Saúde) de um tipo de cirurgias sem cortes para tratamento de câncer na rede pública. O procedimento minimamente invasivo de ablação por radiofrequência ou micro-ondas já é oferecido em hospitais da rede particular e em alguns centros públicos de saúde, por iniciativa própria das instituições. A ideia com essa mobilização é ampliar a oferta desse tipo de tratamento a outros pacientes com câncer atendidos no SUS.
Na próxima quarta-feira, dia 13 de dezembro, instituições públicas localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espirito Santo e Rio Grande do Sul irão organizar uma espécie de “mutirão”, realizando, em apenas um dia, mais de 20 cirurgias para remoção de tumores malignos por ablação. O movimento foi batizado de “Dia Nacional da Ablação no SUS”.
A ablação é uma solução minimamente invasiva, promissora no tratamento de alguns tipos de tumores malignos, proporcionado tratamento por meio de procedimentos pouco invasivos, sem cortes, que podem ser realizados em caráter ambulatorial na maioria das vezes. É indicada principalmente para o tratamento de pequenas lesões primárias de fígado e rim, assim como algumas metástases hepáticas e pulmonares (até 3 lesões com até 3 centímetros), algumas pequenas lesões primárias e metastáticas ósseas.
O método é aplicado sem a necessidade de incisões cirúrgicas, e representa um marco na abordagem terapêutica contra o câncer. Durante o procedimento, uma agulha ou sonda especial é posicionada no interior do tumor, guiada por um método de imagem (tomografia ou ecografia), e ondas de radiofrequência são aplicadas com precisão, visando à destruição das células cancerígenas. Essa abordagem inovadora oferece benefícios como menor tempo de recuperação e redução dos riscos associados à cirurgia tradicional.
“O objetivo dessa mobilização é informar a população e a comunidade médica sobre a ablação por radiofrequência e por micro-ondas, buscando não apenas compartilhar conhecimento sobre o procedimento, mas também ressaltar o compromisso dessas instituições com a oferta de tratamentos de ponta no enfrentamento do câncer. Essa iniciativa representa um avanço importante na medicina, e a inclusão desse tipo de procedimento no rol do SUS poderá beneficiar um número cada vez maior de pacientes oncológicos”, diz Denis Szejnfeld, presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista, a SOBRICE.
Atualmente, a Comissão de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde analisa pedido feito pela SOBRICE, para inclusão do procedimento de ablação térmica para tratamento de câncer de cólon e reto com metástase no fígado. A proposta está em fase de consulta pública, que se encerra no próximo dia 13 de dezembro.
Sobre a SOBRICE: A Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular foi fundada em 1997 e formada por intervencionistas, endovasculares e neurointervencionistas, especialidades responsáveis por condições amplamente debatidas, como AVC e câncer, utilizando a radiologia para diagnóstico e tratamento. Atualmente, é presidida pelo radiologista intervencionista Denis Szejnfeld.

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