Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta para danos do cigarro além do coração: intestino e sistema vascular também estão em risco

Segundo pesquisa no Distrito Federal, 8,4 % da população adulta se declarou fumante

O cigarro é frequentemente lembrado como vilão da saúde cardiovascular e respiratória. No entanto, os efeitos do tabagismo vão muito além, atingindo também o intestino e o sistema vascular, causando problemas que muitas vezes passam despercebidos. No Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), médicos de diferentes especialidades reforçam a necessidade de ampliar o olhar sobre os riscos do tabaco e investir na prevenção.

De acordo com dados recentes da pesquisa Vigitel 2023, realizada pelo Ministério da Saúde, 8,4 % da população adulta do Distrito Federal se declarou fumante, sendo 10,7 % homens e 6,4 % mulheres. Já dados do Ministério da Saúde (MS) apontam um aumento de 25% no número de fumantes no Brasil entre 2023 e 2024, acendendo um alerta para a crescente popularidade do cigarro eletrônico. O índice é expressivo e mantém a preocupação com os impactos do hábito na saúde da população. Os danos são silenciosos e progressivos, podendo comprometer a qualidade de vida mesmo em pessoas jovens.

Os coloproctologistas Danilo Munhoz e Aline Amaro explicam que o tabagismo pode causar diversos problemas no trato gastrointestinal, incluindo aumento do risco de doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn, úlceras pépticas e pólipos intestinais. Além disso, o tabagismo pode agravar sintomas da síndrome do intestino irritável (SII) e contribuir para o desenvolvimento de câncer colorretal, bem como aumentar o risco de complicações pós-operatórias em cirurgias dessa região.

“O cigarro afeta a microcirculação e aumenta processos inflamatórios, o que pode agravar doenças já existentes ou antecipar o aparecimento delas”, ressaltam os especialistas. Nesses casos, o acompanhamento clínico regular, o uso de medicamentos, exames preventivos e, quando necessário, intervenções endoscópicas ou cirúrgicas, são fundamentais para o diagnóstico precoce e controle das complicações.

O angiologista e cirurgião vascular Rodolpho Reis explica que o tabagismo compromete todo o sistema circulatório. “O cigarro provoca estreitamento e endurecimento das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo e aumentando o risco de doenças como a trombose venosa profunda, a doença arterial periférica, as varizes dos membros inferiores e o pé diabético. Além disso, o hábito de fumar favorece dores nas pernas, dificulta a cicatrização de feridas e atrapalha a recuperação após cirurgias vasculares”, detalha o especialista

Segundo ele, os avanços na angiologia e cirurgia vascular permitem o tratamento com medicamentos, procedimentos minimamente invasivos como o laser, uso de meias elásticas e cirurgias quando necessário, além de cuidados multidisciplinares em casos mais graves, como no pé diabético.

Além de chamar atenção para os riscos, os especialistas reforçam que tratamento e prevenção são as principais armas contra os efeitos do tabaco. Melhor ainda é incentivar o fim do hábito: existem opções de terapias medicamentosas, acompanhamento médico e apoio psicológico que aumentam significativamente as chances de sucesso. “É um processo difícil, mas totalmente possível. A cada ano sem o cigarro, o corpo se recupera e os riscos de complicações diminuem significativamente”, reforçam.

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