As Infecções atingem mais de um milhão de mulheres por ano no Brasil e podem levar a obstrução tubária
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A obstrução das trompas pode ter diversas origens, variando de infecções sexualmente transmissíveis até endometriose pélvica e outras infecções abdominais.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, um milhão de mulheres contraem IST’s por ano, com consequências danosas para a saúde.
As Infecções sexualmente transmissíveis são consequência de relações sem proteção com parceiros infectados, podendo causar em metade dos casos feridas, corrimentos vaginais e verrugas.
Os outros 50% são de casos assintomáticos e que também podem evoluir para uma DIP – Doença Inflamatória Pélvica – uma das principais causas de infertilidade evitável. “Como essas infecções podem não apresentar sintomas aparentes, as mulheres só descobrem a infecção quando as trompas já estão obstruídas”, esclarece o Dr. Paulo Gallo, especialista em Reprodução Humana.
O médico alerta que além das infecções sexualmente transmissíveis, a endometriose pélvica também é uma causa significativa de obstrução tubária. “Outras infecções abdominais, como apendicite ou outras cirurgias pélvicas, podem levar aderência às tubárias e à obstrução das trompas” acrescenta Dr. Gallo.
Segundo dados do SUS/MS
1 em cada 10 mulheres tem endometriose. Em um ano, só na Rede Pública foram mais de 26 mil diagnósticos. As mulheres que sofrem com a endometriose podem ter dificuldade em conceber ou até mesmo enfrentar a infertilidade.
“A obstrução tubária impede que o espermatozoide alcance o óvulo para fertilização e formação do embrião, levando à infertilidade em casos de obstrução em ambas as trompas. No entanto, a obstrução unilateral, onde apenas uma trompa é obstruída, pode não levar à infertilidade, mas pode reduzir significativamente a capacidade reprodutiva da mulher”, acrescenta o especialista.
O médico explica que nem sempre os procedimentos cirúrgicos podem resolver o problema, “Desobstruir cirurgicamente as trompas pode ser muito complexo e difícil, e poucos médicos estão habilitados para realizar o procedimento, que pode ser feito desde que a trompa não esteja completamente danificada”, explica Dr. Gallo que aponta a Fertilização In Vitro como um procedimento indicado para o tratamento da infertilidade por obstrução tubária.
Para o Dr. Paulo Gallo, o importante é que as mulheres estejam cientes dos potenciais obstáculos para a concepção. E procurem fazer exames de rotina para identificar o problema. “Uma vez feito o diagnóstico precoce, o tratamento pode aumentar as chances dessa mulher engravidar e ter uma gravidez saudável”, conclui.
Sobre do Dr. Paulo Gallo
É o diretor-médico da Clínica Vida-Centro de Fertilidade, com graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Possui Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestrado em Ginecologia pela mesma instituição e é Professor Assistente da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Além disso, é professor da Pós-Graduação em Endoscopia Ginecológica da Universidade Suprema/ Instituto Crispi de Cirurgias Minimamente Invasivas e da Pós-Graduação em Reprodução Humana Assistida, uma parceria Vida – Centro de Fertilidade e I D’Or. É especialista em Reprodução Humana pela FEBRASGO/AMB, membro da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da FEBRASGO, chefe do Setor de Reprodução Humana do Hospital Universitário da UERJ, foi presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) no período de 2021 a 2023 e é diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do rio de Janeiro (SGORJ).