O clima atípico registrado neste ano, com índices maiores de chuva e frio, colaborou para disseminação do vírus, acreditam especialistas
Nos primeiros seis meses de 2019, três pessoas morreram, no Distrito Federal, pelo vírus Influenza A (H1N1). O número se aproxima da quantidade registrada em todo o ano passado, quando quatro pessoas foram vítimas da doença. Até agora, 40 casos de H1N1, de acordo com dados da Secretaria de Saúde, foram notificados. Em 2018, foram 61.
O clima atípico registrado neste ano — com índices maiores de chuva e frio — colaborou para disseminação do vírus, acreditam especialistas. “Tivemos, neste ano, trocas de temperatura mais bruscas e um ano mais chuvoso. Toda gripe se inicia com baixa da resistência imunológica ou com padrão inflamatório provocado por questões com as mudanças de temperatura assim. Isso facilita a ação do vírus”, explica o médico intensivista Luciano Lourenço, coordenador do Pronto-Socorro do Hospital Santa Lúcia.
Professor da Faculdade de Medicina da UnB na área de pneumologia, Ricardo de Melo Martins diz ser preciso avaliar com mais profundidade os dados deste ano para se chegar às razões para o aumento de casos. No entanto, ele concorda que as questões climáticas certamente influenciam para a disseminação maior do vírus. “Ainda não temos o detalhamento do quadro, mas a preocupação grande é com o aumento no número de casos. O clima, sem dúvida, favorece essa disseminação. Com o frio, as pessoas se aglomeram mais, o que contribui para o contágio.”
O especialista destaca que a vacina contra a gripe é uma das formas mais eficazes de se impedir o contágio pelo H1N1. “As pessoas precisam saber que a vacina não é feita de vírus vivo, mas de partículas dele e não oferece riscos. Ela não é totalmente eficaz para impedir todos os tipos de gripe, mas evita as formas mais graves. Nos países em que a vacinação é mais ampla, os índices são menores.”
De acordo com a Secretaria de Saúde, na campanha de vacinação contra a gripe deste ano foram imunizadas 725.968 pessoas.
Ricardo de Melo alerta que os casos provocados pelo H1N1 apresentam sintomas mais severos, como febre alta, dores musculares e fraqueza, do que a gripe comum. Ele ressalta ser fundamental procurar o médico logo que esses problemas se manifestarem. “As primeiras 48 horas são cruciais, pois a chance de o tratamento ser mais bem-sucedido ao se começar cedo é muito maior. Caso a pessoa sinta a gripe mais forte, é bom procurar o hospital logo”, recomenda.
Moradora de Samambaia, a analista comercial Bruna Souza, 25 anos, foi diagnosticada com H1N1 há duas semanas. Ela diz que os primeiros dias foram os piores, até procurar atendimento médico e receber tratamento adequado. “Comecei a sentir os sintomas de uma gripe normal, mas evoluiu muito rápido e tive muita febre e dor”, conta.
Ela ficou cinco dias de repouso. Como havia o risco de contágio, evitou contato com outras pessoas durante o período. “Com o tratamento, melhorei até que rapidamente. Como havia esse risco de transmissão do vírus, optei por passar todos esses dias só em casa”, lembra.
Como prevenir
» Vacinar contra a Influenza, visto que a vacina é a intervenção mais importante para evitar casos graves e mortes pela doença.
» Lavar e higienizar frequentemente as mãos, principalmente antes de consumir algum alimento e após tossir ou espirrar.
» Usar lenço descartável para higiene nasal.
» Cobrir o nariz e a boca, quando espirrar ou tossir.
» Evitar tocar mucosas dos olhos, do nariz e da boca.
» Evitar compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
» Manter os ambientes bem ventilados.
» Evitar aglomerações e ambientes fechados.
» Evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
» Evitar sair de casa no período de transmissão da doença.
» Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Fonte: Secretaria de Saúde do DF
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