Por LOWRY LANDI
Curiosamente após tantos insights sociais, muitos biólogos acreditam que somos todos seres egoístas, criaturas que buscam apenas espalhar os próprios genes e perpetuar a linhagem a que pertencemos. E isso acontece até em nossos atos mais benevolentes.
Então, a partir desse raciocínio, vamos concluir que não existe altruísmo? Existem sim pesquisas que mostram que a evolução humana que pode se dar em termos bem mais caridosos do que costumamos imaginar.
pretendemos excursionar por hábitos bem simples do dia-a-dia desta nossa civilização ocidental até a melhora do altruísmo dentro de uma problemática da evolução como problema teórico central da sociobiologia, ciência que busca entender em bases biológicas o comportamento social de animais. Mas esta questão já intrigava o próprio naturalista inglês Charles Darwin, que em 1871, na obra A ORIGEM DAS ESPÉCIES, utilizou a seleção de grupo para explicar para explicar a evolução da moralidade humana. O comportamento moral ensina Darwin, não traz vantagem para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo com sua vontade própria.
Mas uma tribo regida por valores que enfatizem o espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade certamente será mais coesa e organizada e assim terá maiores chances de vitória na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. A seleção natural, portanto, agiria não somente sobre indivíduos, mas também sobre grupos competidores.
Darwin, no entanto, colocava mais ênfase na seleção individual, na luta de cada um contra todos, e não desenvolveu plenamente o conceito de seleção de grupo. Na primeira metade do século 20, os cientistas usavam os diferentes níveis de seleção sem muito rigor. Recorriam ao grupo ou ao indivíduo conforme a idiossincrasia ou a conveniência ditassem. A seleção de grupo ganhou versões estranhas, pois acreditavam até que os pássaros regulariam o número de ovos para evitar a explosão populacional, garantindo assim que todos tivessem seu quinhão de recursos naturais. A algazarra das aves em seus ninhos seria uma prova da natureza conscienciosa dessas criaturas: cantando e ouvindo suas parceiras cantar, elas conseguiriam aferir a densidade populacional da espécie. Ninguém ainda provou que as aves são capazes de conduzir essa curiosa forma de censo. Alguns ornitólogos sugerem que os pássaros na verdade diminuem o número de ovos quando há pouca comida.
Vale lembrar que Darwin montou a teoria da seleção natural sem sequer desconfiar da existência dos genes. Na primeira metade do século passado, genética e evolução foram combinadas no que os biólogos chamam de teoria sintética. E, a partir dos anos 60, uma nova revolução científica deu a primazia absoluta ao gene na luta pela sobrevivência. Essas pequenas seções do DNA são as unidades replicadoras básicas. Graças à sua habilidade ímpar de produzir cópias de si mesmos, os genes que você carrega em cada uma de suas células já estiveram presentes nos seus antepassados e serão transmitidos a seus descendentes.