Sarampo: cresce procura por vacina e postos serão reabastecidos em SP

A capital paulista atingiu apenas 22,8% da cobertura vacinal desde o início da campanha, 10 de junho; já são 484 casos confirmados, 76% do Estado

 

A cidade de São Paulo atingiu apenas 22,8% da cobertura vacinal – sendo que a meta é 95% -, desde o início da campanha contra o sarampo, em 10 de junho, até o momento. Mas nos últimos dias, a procura pela vacina começou a crescer, segundo Helena Sato, coordenadora de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Em relação a informações desencontradas em postos de saúde – alguns estão vacinando somente o público-alvo, de 15 a 29 anos, e outros qualquer faixa etária – e à falta de vacina em alguns locais, a coordenadora afirma que são questões relacionadas à grande demanda.

“Há mais de 20 anos não havia um aumento de casos como ocorre agora, então estamos tendo uma carga aumentada de ações de bloqueio e de varredura e isso faz com que em alguns locais o consumo de vacina seja grande e pode haver desabastecimentos pontuais, mas já estaremos recebendo mais vacinas do Ministério da Saúde”, explica.

“Nos locais em que há campanha, a prioridade é vacinar pessoas entre 15 e 29 anos”, completa.

A cidade de São Paulo passa, no momento, por surto da doença. Entre os 633 casos registrados no Estado, 484 ocorreram na capital paulista. O número destoa das demais cidades. Santos, que figura em segundo lugar, tem 22 notificações.

“Muitas pessoas pensam: ‘nunca vai acontecer comigo. No entanto, trata-se de uma doença com dinâmica muito grande. Uma pessoa contaminada é capaz de transmitir para 18, além de a doença poder evoluir para pneunomia, complicação hospitalar ou complicação neurológica”, completa.

“Não se sabe exatamente por que São Paulo tem esse grande número de casos, mas entre os fatores está a baixa cobertura vacinal”.

A campanha de vacinação, que se estendeu para mais 14 cidades além da capital desde o dia 11 de julho, tem como prioridade vacinar jovens entre 15 e 29 anos, pois são as principais vítimas do sarampo, segundo Helena. Mas a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível pelo SUS durante todo o ano também para outras faixas etárias – desde crianças a partir de um ano até adultos de 49 anos.

Na capital, a idade para receber a vacina caiu para seis meses. Segundo a coordenadora, o motivo foi que o vírus começou a circular nessa faixa etária. Ela afirma que a medida ainda não será aplicada às demais cidades.

Durante a campanha, que vai até 16 de agosto, a vacinação está sendo oferecida em UBSs e postos volantes em estações do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo).

Tire suas dúvidas:

Devo tomar o reforço da vacina contra o sarampo? Caso tenha o registro das duas doses da vacina na carteira de vacinação, sendo a primeira dose tomada após 1 ano de idade, não precisa tomar o reforço, segundo o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Somente após o ano 2000 é que a vacina contra o sarampo passou a ser ministrada em duas doses no país. Portanto, quem nasceu antes de 2000 provavelmente não tomou a segunda dose e deve tomar o reforço. A vacina monovalente, que era ministrada em uma única dose antes de 1 ano de idade, não era tão eficaz como a trivalente, oferecendo apenas 70% de proteção, por causa da interferência dos anticorpos da mãe, explica o médico

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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