A capital paulista atingiu apenas 22,8% da cobertura vacinal desde o início da campanha, 10 de junho; já são 484 casos confirmados, 76% do Estado
Em relação a informações desencontradas em postos de saúde – alguns estão vacinando somente o público-alvo, de 15 a 29 anos, e outros qualquer faixa etária – e à falta de vacina em alguns locais, a coordenadora afirma que são questões relacionadas à grande demanda.
“Há mais de 20 anos não havia um aumento de casos como ocorre agora, então estamos tendo uma carga aumentada de ações de bloqueio e de varredura e isso faz com que em alguns locais o consumo de vacina seja grande e pode haver desabastecimentos pontuais, mas já estaremos recebendo mais vacinas do Ministério da Saúde”, explica.
“Nos locais em que há campanha, a prioridade é vacinar pessoas entre 15 e 29 anos”, completa.
A cidade de São Paulo passa, no momento, por surto da doença. Entre os 633 casos registrados no Estado, 484 ocorreram na capital paulista. O número destoa das demais cidades. Santos, que figura em segundo lugar, tem 22 notificações.
“Não se sabe exatamente por que São Paulo tem esse grande número de casos, mas entre os fatores está a baixa cobertura vacinal”.
A campanha de vacinação, que se estendeu para mais 14 cidades além da capital desde o dia 11 de julho, tem como prioridade vacinar jovens entre 15 e 29 anos, pois são as principais vítimas do sarampo, segundo Helena. Mas a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível pelo SUS durante todo o ano também para outras faixas etárias – desde crianças a partir de um ano até adultos de 49 anos.
Na capital, a idade para receber a vacina caiu para seis meses. Segundo a coordenadora, o motivo foi que o vírus começou a circular nessa faixa etária. Ela afirma que a medida ainda não será aplicada às demais cidades.
Durante a campanha, que vai até 16 de agosto, a vacinação está sendo oferecida em UBSs e postos volantes em estações do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo).
Tire suas dúvidas:
Devo tomar o reforço da vacina contra o sarampo? Caso tenha o registro das duas doses da vacina na carteira de vacinação, sendo a primeira dose tomada após 1 ano de idade, não precisa tomar o reforço, segundo o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Somente após o ano 2000 é que a vacina contra o sarampo passou a ser ministrada em duas doses no país. Portanto, quem nasceu antes de 2000 provavelmente não tomou a segunda dose e deve tomar o reforço. A vacina monovalente, que era ministrada em uma única dose antes de 1 ano de idade, não era tão eficaz como a trivalente, oferecendo apenas 70% de proteção, por causa da interferência dos anticorpos da mãe, explica o médico