Saiba os riscos da cirurgia de fimose, que amputou criança de 3 anos

Menino teve parte do pênis amputado durante procedimento em Minas Gerais; urologista afirma que caso é raríssimo e que operação tem baixo risco

 

 

Um menino de três anos teve parte do pênis amputado durante uma postectomia, cirurgia de fimose, na cidade de Malacacheta, interior de Belo Horizonte. Ele teve que passar por cirurgia plástica para reconstruir o órgão e já teve alta, segundo o pai da criança, Albert Rocha Amaral Camargos, em entrevista ao R7.

Apesar do ocorrido, o urologista Francisco Kanasiro, diretor da Sociedade Brasileira de Urologia Regional São Paulo, afirma que essa é uma situação raríssima e que a postectomia é uma cirurgia de baixo risco. “As complicações mais comuns são de infecção no local, sangramento, inchaço, hematoma e deiscência da sutura, quando os pontos da cirurgia se abrem”, diz.

Ele explica que a fimose é um estreitamento do prepúcio, pele que recobre a glande do pênis. Pode ser um problema de nascença ou aparecer em adultos devido a traumas ou infecções de repetição no local.

Segundo ele, a cirurgia feita em crianças apresenta menos risco que em adulto, uma vez que a cicatrização é mais rápida. Além disso, na infância os médicos utilizam, no lugar dos pontos tradicionais, o plastibell, dispositivo em forma de anel que faz a união da pele e se solta naturalmente de 7 a 10 dias.

O procedimento, quando feito com plastibell, dura 10 minutos. Nos casos da sutura tradicional, pode demorar até 30 minutos. O plastibell não pode ser utilizado em adultos, pois não tem a capacidade de aderência como a da sutura comum e a cicatrização em adultos é mais demorada. Além disso, não existe o dispositivo no tamanho adequado para o pênis adulto, de acordo com o médico.

Um outro risco apontado pelo urologista é da formação de uma nova fimose devido a uma cicatriz mais endurecida, porém é raro que isso aconteça. “Outra coisa que pode acontecer, mas não é uma complicação, é a hipersensibilidade na glande até o corpo se adaptar à ausência da pele, principalmente em adultos”, afirma Kanasiro.

Ele ressalta que, de forma geral, a cirurgia não é necessária. Quando indicada, é mais recomendada na infância, quando não é possível expor a glande e evitar o risco de uma infecção urinária por conta disso. “Se o paciente chegou na idade adulta e não tem problema ao expor a glande, não têm dor nem infecção, a cirurgia não é indicada, a maioria dos pacientes não operam. Alguns só por questões religiosas, como os judeus e muçulmanos. Com exceção desses casos, a cirurgia não é necessária”, explica.

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