A vítima foi encontrada com os pés e mãos amarrados e com marcas de esfaqueamento. Além disso, o encarregado de operações foi amordaçado. A polícia acredita que o crime foi planejado com antecedência. “Nossa investigação levou a crer que o envolvimento com o amante era justamente para ter um apoio para matar o marido”, disse a delegada responsável pelo caso, Bianca Mondaini.
De acordo com a polícia, a motivação do crime seria a compensação financeira com a morte do marido. A mulher receberia o seguro de vida da empresa, no valor de R$ 30 mil e ainda seria herdeira da casa que estavam construindo, já em fase de acabamento, avaliada em R$ 300 mil.
O crime
No dia do crime, o homem saiu para trabalhar e a mulher foi para a casa do amante, Samuel, de 18 anos. A delegada afirma que nesse período os dois acertavam os últimos detalhes da dinâmica do crime.
A mulher voltou para sua casa e falou com o marido que estava passando mal e precisava ir ao hospital. “Nesse momento, ele mandou uma mensagem muito carinhosa e muito preocupada com ela. Joaniz retorna à casa para levá-la ao médico. Nesse momento, ela alega que a casa foi invadida por três indivíduos que ela não conhecia. Com medo, disse que saiu e deixou o marido em casa”, contou a delegada.
As investigações apontam que o que contradiz a versão da acusada, de 37 anos, é sua atitude durante o dia. Por volta das 11h, ela foi a um comércio local e pediu para guardar o carro do marido. Ela falou com o dono – conhecido do casal – que o marido não estava em casa.
A mulher ainda foi ao bar e consumiu bebida alcoólica. Depois, foi a uma loja e comprou um guarda-roupas para a casa nova que eles estavam construindo. Por volta das 16h, ela voltou para casa e encontrou o marido morto. Em vez de chamar a polícia, ela ligou para o cunhado.
Contradição e frieza
A delegada responsável pelo caso afirmou que a mulher foi contraditória nos depoimentos. Em uma das versões, ela alegou que estava no quarto e que os assassinos mandaram-na sair.
Quando questionada sobre o fato de não ter acionado a polícia, ela diz que ficou com receio de ser morta. “Em momento algum ela chamou a polícia ou o Samu. Chamou o irmão da vítima. Quando o irmão chegou, ela foi para o quarto se deitar porque estava cansada”, contou a delegada.
“Ela se comporta de uma maneira bem fria e contraditória, tem muita preocupação com os bens materiais. Todas as vezes que ela foi ouvida, entra em contradição”, completa.
Envolvidos
De acordo com as investigações, o amante da mulher teria contratado alguns conhecidos para realizar o homicídio. “Estamos apurando o envolvimento de outros dois participantes. Segundo o amante, foram dois. A mulher ainda afirma que tem um terceiro envolvido”, disse Mondaini.
Durante as investigações, Samuel confirmou que foi contratado por ela. “Ela alegava estar sofrendo com as agressões do marido, então propôs que o amante o matasse. Samuel disse que não tinha coragem, mas conhecia quem poderia fazer”, disse a delegada.
A delegada disse ainda que a mulher deu R$ 50 para o amante pagar o táxi e buscar os supostos envolvidos. Depois da execução, ela ainda deu o celular da vítima como forma de pagamento. O pagamento dos outros possíveis envolvidos ainda está em apuração.
A mulher e o amante foram presos. Se condenados por homicídio qualificado, podem cumprir de 12 a 30 anos de reclusão.