Quatro câmeras juntas. Foi com a promessa de dar mais versatilidade aos usuários que a Samsung lançou o seu Galaxy A9, o primeiro smartphone a contar com tudo isso de lente na parte traseira. Meses depois de seu lançamento, uma pergunta ainda envolve a cabeça de muita gente: será que elas são realmente boas? Testei o aparelho por alguns dias e conto agora as minhas impressões.
Não tem como começar a análise sem falar sobre o seu preço de lançamento. O Galaxy A9 é um modelo intermediário premium (com algumas características de top de linha) e chegou ao Brasil no início deste ano por R$ 3.199.
O valor foi o mais alto já cobrado pela Samsung para um celular dentro da mesma categoria. Por isso, guarde essa informação.
Visual divertido
O A9 é um celular para quem gosta de cor. Ok, temos a versão preta. Mas que tal ter um modelo “azul limonada” ou “rosa bola de chiclete”? As diferentes tonalidades do aparelho são bem legais. Dá um aspecto bem divertido e um ar estiloso.
O corpo dele é feito de metal e vidro, o que dá uma pegada mais elegante para ele também.
Analisando o tamanho, o A9 não é lá muito compacto. A tela é grande e tem 6,3 polegadas — quase o mesmo tamanho do Galaxy S10+. Quem gosta dos telões, vai usar o aparelho sem problemas. A qualidade dela é um trunfo para o aparelho por conta da ótima resolução.
Ainda sobre o visual, o A9 não tem tela toda infinita e as bordas grossas na parte de baixo e no topo são bem presentes. Isso é ruim? Depende. É muito mais uma questão de gosto.
De qualquer forma, com certeza o A9 entrega uma experiência de vídeo ótima e com bastante qualidade.
Desempenho e bateria
Por falar em vídeo, precisamos de um celular que tenha um bom desempenho e uma boa bateria para conseguir acompanhar as nossas maratonas de série, certo? Durante os testes de vídeo o A9 não travou nenhuma vez.
Ponto positivo para ele.
Foi só durante o uso mais do dia a dia, acessando redes sociais e abrindo alguns programas mais pesados que o aparelho acabou dando umas engasgadas. Nada grave, mas aconteceu mais de uma vez.
Quanto a bateria, posso dizer que ela fica na média. A capacidade até é grandinha para a média da categoria (3.800 mAh), mas eu esperava mais por ser um intermediário premium.
Na prática, ela deve durar até um dia completo se você fizer um uso mais tranquilo do celular. Uma informação curiosa é que o modelo conseguiu ficar 8h34 rodando um vídeo em sequência direto até a bateria acabar 0%.
E as fotos?
Por fim, chegamos no assunto mais aguardado do momento: as câmeras. Indo direto ao ponto, as quatro câmeras principais do A9 realmente oferecem versatilidade para os usuários, cada uma tem uma função diferente. Mas elas não são perfeitas.
Na prática, as lentes se dividem em:
É bastante função, não? O problema é que, apesar de ter tudo isso de lente, o resultado final das fotos fica na média de outros modelos intermediários. Por seu valor de lançamento, nós esperávamos mais. As imagens até ficam legais na maioria dos casos. Mas vez ou outra a foto fica com um jeito meio desbotado (o verde não fica tão verde, por exemplo).
Em ambientes mais escuros, você talvez note os pixels das imagens com um olhar mais atento.
A lente que faz o foco dinâmico (modo retrato) traz um resultado legal em alguns momentos e ruim em outros.
Então, também fica na média.
Por outro lado, a lente grande angular é bem legal. O efeito não ficou forçado e o celular conseguiu preservar os detalhes da imagem. Então, ela vai ser ótima pra fotos de paisagens.
Uma principal de 24 MP: lente “normal”, presente tradicionalmente nos smartphones; Uma grande angular de 8 MP: serve para ampliar bastante (120º) o campo de visão; Uma de 10 MP que funciona com zoom óptico: serve para aproximar detalhes na cena; A última é de 5 MP e é exclusiva para o efeito de profundidade: exatamente para criar aquele cena com fundo desfocado.
Girando o aparelho, a câmera de selfie é apenas única, mas dá conta do recado. Ela tem 24 MP e traz recursos variados para a hora das fotos, como selfie panorâmica.
Vale a pena?
A Samsung acertou em muitas coisas como A9 quando pensamos em visual, tela, recursos avançados, versatilidade de câmeras. Mas errou feio no preço. Como dito anteriormente, o modelo chegou ao Brasil custando R$ 3.199, preço de celulares top de linha.
O conjunto de quatro câmeras principais em um único aparelho é inovador, mas os modelos mais avançados ainda entregam fotos melhores. Um exemplo é o Galaxy S9, da própria Samsung. Na época do lançamento, ele custava quase o mesmo preço do A9.
A boa notícia para quem gostou do modelo é que o preço dele já caiu bastante e pode cair ainda mais. Quando o vídeo da análise foi gravado, o preço do A9 era de R$ 2.799. Semanas depois, ele caiu para R$ 1.700*. Por isso, o custo-benefício começa agora a ficar mais dentro da realidade.
Essas mudanças de preço só provam uma percepção que já existe há um tempo. A rápida desvalorização de alguns celulares pode ser vantajosa para o bolso de muita gente.
Ficha técnica:
Galaxy A9
Tela: 6,3 polegadas Super Amoled Full HD+
Dimensões e peso: 162.5 mm x 77 mm x.7.8 mm e 183 gramas
Câmeras: traseira quádrupla (principal de 24 MP, grande angular de 8 MP, teleobjetiva de 10 MP e profundidade de
5 MP) e frontal (24 MP)
Memória: 6 GB e 128 GB interna (expansível com cartão de até 512 GB)
Processador: Snapdragon 660 OctaCore 2.2 Ghz
Bateria: 3.800 mAh
*Valor consultado em 11 de junho de 2019.