No aniversário da Lei Seca, nesta quarta (19), o Detran fez diversas ações de conscientização em Taguatinga e Ceilândia
A Lei Seca completa 11 anos nesta quarta-feira (19) e durante este período cerca de 140.880 motoristas foram flagrados dirigindo embriagados pelas ruas do Distrito Federal. A fiscalização intensa do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) fez o número de mortes no trânsito da cidade diminuir em quase 19% em comparação ao ano passado. Em 2018, foram 148 vítimas fatais, entre os meses de janeiro e maio. Já em 2019, o número caiu para 120 no mesmo período. A quantidade de acidentes fatais também teve uma redução de 18,57%.
Desde 19 de junho de 2008, a Lei de nº 11.705 existe, mas ao longo do tempo ficou mais rígida. Desde 2016, o condutor que for pego dirigindo alcoolizado tem a carteira de habilitação recolhida por doze meses, o carro retido e pode ser preso de seis meses a três anos. Foi o que aconteceu com um parente de Aldinéia Barbosa, 42 anos. Segundo a técnica de enfermagem, após ser autuado ele tomou consciência de que direção e álcool não combinam. “Agora quem dirige quando ele bebe é a mulher dele”, comenta. A moradora do condomínio Pôr do Sol tem uma filha e desde cedo ensina a menina como se portar no trânsito. “Eu só ando no carro se tiver o assento e só passo na faixa de pedestre com meus pais”, disse Isabel Barbosa, 5 anos.
A infração para quem assoprar o bafômetro e resultar a acima de 0,34 miligrama de álcool por litro de ar é considerada gravíssima. Há oito anos o valor da multa passou de R$ 1.915 para R$ 2.934,70 e, em caso de reincidência, é cobrado o dobro. O dinheiro arrecadado é destinado à sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
Além das ações e campanhas educativas que são realizadas durante o ano para conscientizar motoristas e pedestres a terem um comportamento adequado nas ruas da cidade, o Detran-DF fez blitzes, jogos interativos, apresentações teatrais e distribuiu panfletos em Taguatinga e Ceilândia nesta quarta. O mecânico Denilson Cardoso elogiou a iniciativa e ressaltou a importância da fiscalização. “Não adianta só aplicar multa, por exemplo, pois muitas vezes a pessoa continua insistindo no erro, bebendo e dirigindo. Se não houver uma conscientização como essa ela não vai aprender nunca”, comentou.
Conscientização
Para o diretor de Educação de Trânsito do Detran-DF, Marcelo Granja, a Lei Seca trouxe um debate social sobre o uso do álcool e a direção. “Há penalidades, como a multa, que pode ser pesada para a maioria das pessoas, mas perder uma vida e você ser o culpado dessa morte é um peso que se carrega para sempre”.
De acordo com Granja, durante as fiscalizações, que ocorrem durante o ano todo nas ruas, bares e escolas, há uma maior conscientização dos motoristas. “Antes da lei as pessoas não davam muita importância, mas agora um amigo alerta o outro. Um pai se preocupa mais com o filho ou vice-versa”, destaca.
Segundo o diretor, há planos de implementar essas ações em universidades. “Ainda temos que combater dois grupos: aqueles que têm o vício e outros que acreditam que conseguem dirigir bêbados. Não adianta a pessoa dizer que o álcool não muda o comportamento dela. Há estudos sobre essa questão”, explica.