Relatório da Codeplan mostra que empresários criaram 6 mil postos de emprego, enquanto o setor público eliminou 7 mil
Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, nesta terça-feira (29/10/2019), o Boletim Especial de Empreendedorismo no DF. O relatório aponta que, no primeiro semestre deste ano, os empresários representavam 21,7% do total de ocupados na capital. Em números, isso significa 297 mil pessoas.
Segundo o documento, a quantidade é a mesmo registrada para os trabalhadores do setor público, de 21,4%. O contingente de empreendedores é superado apenas pelos assalariados do setor privado, que somam 42,2% do total de empregados no DF.
O empreendedorismo no DF se concentra em regiões de média-baixa renda, com 42% do total. O grupo inclui regiões administrativas como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina, por exemplo. Em seguida, com 31,4%, estão as regiões de média-alta renda — Águas Claras, Candangolândia e Cruzeiro são alguns dos locais incluídos nesse grupo.
Apenas nas regiões de média-baixa renda houve aumento no número de empreendedores do segundo semestre do ano passado para o primeiro deste ano. O índice subiu de 40,7% para 42%.
Serviços
O segmento de serviços apresentou o maior crescimento entre os setores pesquisados pela Codeplan. Passou de 52,4% para 53,2%. Já o comércio retraiu de 26,8% para 24,8%, na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019.
Quanto à escolaridade, 39,3% têm concluíram o ensino médio completo. Já aqueles com ensino superior completo representam 25,9% do total.
Ganhos
Os empreendedores ganhavam, em média, no primeiro semestre de 2019 — R$ 3,1 mil. O valor é menor que o registrado nos primeiros seis meses do ano passado, quando o rendimento médio era de R$ 3,3 mil. Esses trabalhadores ganham mais que os empregados no setor privado, que tem uma média de ganhos de R$ 2 mil. No entanto, é menos da metade da renda média do servidor público, de R$ 8,3 mil.
“O empreendedorismo atenuou o impacto do desemprego nas regiões de média-baixa e baixa renda”, aponta o gerente de pesquisas socioeconômicas da Codeplan, Jusçanio Umbelino de Souza.
“A medida em que aumenta o desemprego e diminuem as vagas formais, naturalmente, as pessoas procuram outras formas de produzir renda, tentando empreender”, confirma o secretário do Trabalho, João Pedro Ferraz.
O presidente da Codeplan, Jean Lima, afirma que o crescimento de trabalhadores autônomos — ou seja, sem vínculo empregatício — é justificado pela mudança do mercado de trabalho. Agora, é mais informal e atente mais por demanda.