Comunidades quilombolas de Tocantins participam de oficinas de dados socioeconômicos

Com a atividade, os membros das comunidades podem fazer uma autoanálise, identificar os problemas e apontar as soluções

Quilombolas de Tocantins participam de 28 a 30 de junho de uma oficina de análise de dados socioeconômicos na comunidade Lageado (Dianópolis – TO). A oficina, além de incentivar a apropriação dos quilombolas por ferramentas de análise de dados, busca incentivar um olhar mais engajado e consciente na busca por políticas públicas e ações comunitárias que possam contribuir para a melhoria da realidade de cada comunidade e suas demandas.. A atividade deve reunir quilombolas das comunidades Lageado, São Joaquim, Laginha, Baião, Poço Dantas, Kaagado, Kalunga do Mimoso e Lagoa da Pedra.

A oficina é parte do programa Sharing Worlds (Compartilhando Mundos), fruto de uma parceria entre a ECAM, CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas), Google Earth Solidário, financiamento da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). O modelo trouxe resultados bem-sucedidos em comunidades do oeste do Pará, entrou em fase de ampliação iniciada no mês passado, no Mato Grosso, e agora chega a Tocantins.

Trata-se de um desdobramento de um programa de capacitação anterior, a oficina “Novas Tecnologias” que ensinou aos jovens quilombolas ferramentas de pesquisa Google sobre dados qualitativos e quantitativos (ODK-Open Data Kit) e mapeamento georreferencial e cultural (Google Earth). Os jovens formados nesta capacitação foram à campo em suas próprias comunidades e comunidades vizinhas para aplicar o questionário socioeconômico formulado pela CONAQ e registrarem localidades importantes de seus territórios no mapa. Os participantes tiveram alguns meses para realizar este levantamento, e agora irão ter a oportunidade de descobrir e analisar os dados por eles levantados.

Durante os 3 dias, os dados são apresentados e discutidos coletivamente, assim podem refletir e se reconhecerem, se apropriando de forma concreta e objetiva de seus próprios dados socioeconômicos. A ação envolve jovens e adultos que colaboraram nas aplicações dos questionários em suas comunidades e ainda conta com a participação de lideranças e anciãos das comunidades convidadas para auxiliarem no debate sobre a realidade local.

Para Vasco Van Roosmalen, diretor da Ecam, é muito importante empoderar os povos da florestas para que eles sejam agentes da própria transformação. “Somente eles podem afirmar com total propriedade o que,é melhor para a comunidade, dentro de seus preceitos e da autopreservação cultural. Queremos oferecer ferramentas tecnológicas para que eles possam estruturar de forma sistematizada e metodológica suas necessidades, como, por exemplo, serviços de saneamento básico, água potável, educação, serviços de saúde, entre outros”, destaca.

anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.