TEATRO ÉPICO, DISTANCIAMENTO E BERTOLT BRECHT.

Por LOWRY LANDI

Mas quem foi Bertolt Brecht? Nascido em Augsburg, em 10 de fevereiro de 1898 e morto em Berlim, em 14 de agosto de 1956, foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.

Brecht, nascido Eugen Berthold Friedrich Brecht na Baviera, o dramaturgo e poeta estudou Medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Filho da burguesia sofreu, como todos em seu país, a sensação de desolamento de encarar um país completamente destruído pela guerra.

Depois da guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert  Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Já em Munique, as suas primeiras peças Baal – (1918/1926) e Tambores da Noite (1918-1920) – Trommeln in der Nacht – foram levadas ao palco quando Brecht conheceu Erich Engel com quem veio a trabalhar até ao fim da sua vida. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizado por Fritz Kortner e dirigido por Engel, tornou-se seu primeiro sucesso.

O totalitarismo afirmava-se como a força renovadora que não só iria reerguer o país, como se outorgava a missão de reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém-formada União Soviética, com sua bem-sucedida implantação de um regime socialista, o que significava esperança para um povo sofrido como o da Alemanha naquele período. É a este último grupo que Brecht vai se unir, na ânsia de debelar o seu desespero existencial. No entanto, depois de Hitler eleito em 1933, Brecht não estava totalmente seguro na Alemanha Nazista, exilando-se na Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz em 1954.

As suas principais influências foram Constantin Stanislavski, Vsevolod Emilevitch Meyerhold e Erwin Piscator. Stanislavski é o primeiro revolucionário, e suas teorias servem de base para o trabalho de Meyerhold e seu MÉTODO BIOMECÂNICO cuja principal intenção é fazer com que o ator exprima as nuanças psicológicas de seu personagem através de uma MÁSCARA PANTOMÍMICA.

Brecht, por esta época, já desenvolve a técnica de comentar o texto através do gesto, inspiração asiática evidente no teatro de Brecht. A contribuição de Piscator é a noção de um teatro propagandístico e educativo. É ele quem abre caminho para o verdadeiro teatro épico teorizado e executado por Brecht. Também foram influências significativas, especialmente sobre os seus estudos da Sociologia e marxismo.

Podem ser identificadas duas motivações principais para o Teatro Épico de Brecht:

1)   A concepção marxista do Homem, um ser que deve ser entendido observando-se o conjunto de todas as relações sociais de que participa. Para Brecht, a forma épica é a única capaz de apresentar as determinantes sociais das relações inter-humanas;

2)   O seu intuito didático, a necessidade de um PALCO CIENTÍFICO capaz de desmistificar as relações da sociedade, esclarecendo o público e suscitando a ação transformadora.

Algumas obras do grande dramaturgo Brecht:

UM HOMEM É UM HOMEM, em que cresce a ideia do homem como um ser transformável; MÃE CORAGEM E SEUS FILHOS, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio no começo da Segunda Guerra Mundial, e A VIDA DE GALILEU, drama biográfico com o qual Brecht, encontra definitivamente o caminho do teatro dialético. Afirma Bernard Dort a respeito deste último: “(…) Galileu foi escrita, pelo menos originalmente, para servir de exemplos e de conselho aos sábios alemães tentados a abdicar seu saber nas mãos dos chefes nazistas”.

Além desses textos, Brecht, escreveu SEU PUNTILA E SEU CRIADO MATTI, A IRRESISTÍVEL ASCENÇÃO DE ARTURO UI, O CÍRCULO DE GIZ CAUCASIANO e A BOA ALMA DE SETZUAN.

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