O Padre Kelmon reapareceu como linha auxiliar de Bolsonaro, agora em SP

Candidato a presidente há dois anos, religioso anuncia candidatura a prefeito da capital. Em entrevista ao Correio, diz que conversa com o ex-presidente todo dia e que não irá dividir a direita

 

Sétimo colocado na eleição presidencial de 2022, entre 11 candidatos, o padre Kelmon está de volta. O religioso anunciou sua candidatura a prefeito de São Paulo e afirmou que segue filiado ao “PTB de Roberto Jefferson”. Oficialmente, o partido se fundiu no ano passado ao Patriota e, juntos, criaram o Partido Renovação Democrática, união consumada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em entrevista  Kelmon se apresenta, como há dois anos, como uma “alternativa ao campo conservador”, com o propósito de derrotar a esquerda e impedir, em especial, uma vitória de Guilherme Boulos, do PSol, e que terá, tudo indica, Marta Suplicy como vice na chapa.

O pré-candidato Kelmon tomou a decisão de disputar a Prefeitura há três dias, em reunião com assessores. E já está definido o vice, que será o pastor Manoel Lopes Ferreira Júnior.

Proximidade com o ex-presidente

Kelmon afirmou que conversa todo os dias com o ex-presidente Jair Bolsonaro e que rezam juntos, mas não falam de política.

“Nós tratamos de diversos assuntos, menos de política. Falamos de assuntos religiosos. Bolsonaro precisa de orientação espiritual. Como padre, dou essa orientação. É um sacerdote conversando com um fiel”, disse.

O pré-candidato não acredita que sua candidatura irá dividir a direita e os conservadores. Ao contrário, confia que irá ajudar a impedir uma vitória do campo da esquerda.

“Vamos dar o exemplo da campanha presidencial. Havia um candidato do PT (Luiz Inácio Lula da Silva) e vários outros. Se observar, a linha ideológica (PSol) é a mesma do PT. Só muda os nomes das siglas. Todos da esquerda e da direita, apenas Bolsonaro e o Padre Kelmon. Quanto mais candidatos conservadores, de direita, melhor. Isso não divide. Dá a chance ao eleitor de quem ele quer escolher”, afirmou.

“Se polarizar o Boulos e o atual prefeito, apenas limita o povo de escolher. Por isso, o Padre Kelmon está no jogo. Para as pessoas de São Paulo terem o direito de escolher um terceiro nome. Não conflita. Ao contrário, ajuda (a direita).”

Na campanha à Presidência, em 2022, Kelmon elogiava Bolsonaro nos debates. Num deles, falou: “O senhor tem ajudado muito este país, e nós estávamos vendo aqui um massacre. Nunca tinha visto isso na minha vida. Cinco partidos se juntaram para bater num presidente da República com falácias e mentiras”.

A deputada federal Tabata Amaral, do PSB, também lançou seu nome para concorrer à Prefeitura de São Paulo. Bolsonaro ainda não anunciou quem irá apoiar, mas a tendência é fechar coma reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que o ex-presidente irá apoiar o emedebista.

Atrito com Lula e Thronicke

A atuação de Padre Kelmon na eleição de 2022 remete à lembrança de dois episódios, ambos na sua participação do debate da TV Globo. O então candidato conseguiu provocar Lula, hoje presidente, ao associá-lo à corrupção ao perguntá-lo se era o “chefe do esquema”. O petista reagiu, irritado, e o chamou de candidato “laranja” e que só estava “fantasiado” de padre.

Em outro momento, o petebista trocou farpas com a senadora Soraya Thronicke, candidata ao Planalto à época, pelo Podemos. A parlamentar confundiu seu nome e o chamou de “Padre Kelson. Kelvin” e, depois, de “padre de festa junina”. Kelmon a rebateu e afirmou que foi desrespeitado e que Thronicke “não sabe o que é viver o Evangelho”. Como Lula, a senadora o associou ao ex-presidente e o apontou como “cabo eleitoral” de Jair Bolsonaro.

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