Cirurgia do presidente Jair Bolsonaro será adiantada para defender Amazônia na ONU

O presidente rechaçou a possibilidade de a cirurgia atrapalhar a viagem à ONU

 

O presidente Jair Bolsonaro admitiu ter pressa em fazer a quarta cirurgia no abdome. O procedimento que será realizado no próximo domingo (8/9) poderia ser postergado, mas não irá, para que ele esteja apto a viajar a Nova Iorque, em 22 de setembro, para discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 24, sobre a Amazônia.
A agenda de Bolsonaro prevista para o fim de semana é participar da cerimônia comemorativa à Independência do Brasil, no sábado (7/9), e embarcar ao final da tarde para São Paulo. Na capital paulista, ele será submetido a uma cirurgia de médio porte no dia seguinte, no Hospital Vila Nova Star, pelo médico Antonio Luiz Macedo, que o atendeu após o atentado ocorrido há quase um ano.
O presidente rechaçou a possibilidade de a cirurgia atrapalhar a viagem à ONU. “Eu vou comparecer, nem que seja de cadeira de rodas, maca, mas eu vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia. Mostrar para o mundo, com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam”, destacou.
A Amazônia, continuou Bolsonaro, foi “praticamente vendida” para o mundo. “E não vou aceitar esmola de país nenhum do mundo, a pretexto de preservar a Amazônia, mas, na verdade, está sendo loteada e vendida”, sustentou. O assunto sobre a região amazônica não será o único elencado por ele no pronunciamento, mas permeará boa parte do discurso. “Lógico que vai entrar, é um assunto importante. Uma chance que tenho de falar para o mundo sobre a nossa Amazônia. Vou deixar essa oportunidade?”, explicou.
Sem citar o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente retomou, com tons de ironia, a enfática narrativa patriótica e combativa em defesa da soberania do país sobre a Amazônia. “Se (eu) fosse, desculpa o linguajar, vaselina, em outras vezes que saí para o mundo afora, bem como em Osaka, se tivesse voltado para cá e tivesse demarcado 30 reservas indígenas, mais áreas de proteção ambiental, mais parques nacionais, a Amazônia seria um pólo sul ou pólo norte, não estaria pegando fogo em lugar nenhum. O que eles querem é, cada vez mais, ao demarcar mais terras, inviabilizá-las para nós”, acusou.
Ao contrário do que disse na sexta-feira (30/8), quando sinalizou que faria uma viagem à Amazônia, Bolsonaro deu indícios de que pode acabar não realizando uma viagem à região. “Não sei se vou visitar, depende do momento aí”, disse. Comentou, contudo, que está “tudo certo” para, na sexta-feira (6/9), viajar a Letícia, na Colômbia. A cidade sediará uma reunião com chefes de Estado da América do Sul, com foco central sobre os países fronteiriços na região amazônica, exceto a Venezuela.

Recursos

O presidente negou, contudo, apresentar nos próximos dias um pacote ambiental, prevendo medidas para a região. “Não tem pacote, (meus ministros) estão viajando para colher dados e ver o que a gente pode fazer. Até perguntei. “Temos recursos?”, tá certo. Não tem. Não tem recurso. Queremos é a verdade acima de tudo. Repito. Naquela reunião de governadores, só um, mais à esquerda, falou em dinheiro”, declarou, sem citar o nome do chefe estadual.
O capitão reformado sinalizou, em tom irônico, a disposição em conceder recursos aos estados, sob a condição de ser “entulhado” de demarcações de terras. “Eu tinha um pacote de demarcações, mais ou menos 400 novas reservas indígenas, que a gente passaria de 14% para 20% a quantidade de área demarcada como reserva indígena no Brasil, o equivalente a uma área da região Sudeste e Sul, juntas. Tem mais ou menos 900 novas (áreas) quilombolas. Para governador, se quiser grana, eu dou, mas no estado dele eu vou entulhar de reservas, parques nacionais, e quilombolas. É só falar que quer. Quer US$ 10 milhões? Tá, arranjo para você, e vai ser entregue ao estado dele”, afirmou.
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