Presidente chegou a dizer que o sargento flagrado com 39 kg de cocaína em avião da FAB deveria ter destino de carioca executado por tráfico
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (29/06/2019), na cúpula do G20, no Japão, que o sargento Manoel Silva Rodrigues, preso na Espanha transportando 39 quilos de cocaína, deveria ter sido preso na Indonésia, onde o tráfico de drogas é punido com pena de morte.
“Pena que não foi na Indonésia (a prisão). Devia ter sido na Indonésia, pra ter o destino que o Archer teve no passado”. Archer é Marco Archer, um carioca preso ao tentar entrar no país com 13,4 quilos de cocaína camuflada dentro dos tubos de uma asa-delta. Archer foi preso em 2004 e executado por fuzilamento em 2015.
Bolsonaro disse ainda que determinou ao Comando da Aeronáutica que investigue a extensão da rede que possibilitou o tráfico num avião oficial da Presidência da República. “Queremos que seja levantada toda essa rede, que com certeza existe, pela quantidade de droga apreendida”, afirmou o presidente. Ele também determinou um levantamento sobre todas as viagens internacionais feitas pelo sargento, seus bens, “sinais exteriores de riqueza e dívidas”.
Como pôde acontecer?
O governo ainda não sabe explicar como os 39 quilos de cocaína puderam passar pelos controles no embarque de bagagens da comitiva presidencial e quem foi o responsável pela falha de segurança. O sargento estava no avião que segue no escalão avançado da comitiva oficial. Segundo Bolsonaro, todos os pertences são revistados, inclusive os do presidente. “No meu avião, todos são revistados. Meu material é aberto antes de embarcar (porque ) podem colocar uma bomba dentro da minha mala”, disse o presidente.
Bolsonaro falou sobre o caso em Osaka, no Japão, onde participa da cúpula do G20. O sargento foi preso no começo desta semana, ao ser flagrado por autoridades alfandegárias da Espanha, em Sevilha, com 37 tijolos de cocaína, com pouco mais de um quilo cada, em uma mala.