Segundo pesquisa “Global Views On A.I. 2023”, 51% dos brasileiros se mostram reticentes com a Inteligência Artificial (IA). Em contrapartida, 66% dos mil brasileiros entrevistados estão animados com o uso da tecnologia. Na atualidade, a IA é utilizada de formas significativas em diversas esferas da vida das pessoas, como saúde, finanças, transportes, entre outras. Na área da educação não é diferente, pois há alguns benefícios, como a personalização da aprendizagem, a identificação de padrões de comportamento dos alunos, a automatização de tarefas administrativas e a melhoria do feedback. Porém, especialistas também alertam que essa tecnologia ainda está em evolução e apresenta seus desafios nas experiências cotidianas, sobretudo diante de um mundo cada vez mais imediatista.
O cenário da IA no universo da educação se mostra promissor ao oferecer amplas oportunidades para a aplicação de sistemas inteligentes que deverão continuar a transformar todos os aspectos da sociedade. De acordo com o professor e especialista na área de gestão educacional universitária, Luno Gomes, no campo do ensino ela “também pode criar mais e melhores materiais didáticos, liberando os professores para se concentrarem no ensino personalizado em sala de aula. O desenvolvimento contínuo de sistemas de IA promete manter e melhorar estas aplicações ao longo do tempo, com potencial para melhorar significativamente a qualidade da educação e aumentar o envolvimento dos alunos”.
Segundo o professor Luno é correto afirmar que a IA pode gerar a falsa sensação de aprendizagem aos alunos quando não aplicam as estratégias adequadas. Isso porque apropriar-se socialmente das tecnologias direcionadas à educação exige consciência e boa execução de suas funcionalidades de modo a contribuir com o avanço do ensino e não o contrário. O desafio se apresenta “quando as ferramentas alimentadas por IA são usadas como substitutas dos professores ou quando os alunos confiam exclusivamente nos resultados fornecidos por elas sem questioná-los ou verificar sua precisão”, explica.
Docente aponta que desafios enfrentados no uso da tecnologia precisam de atenção
O alerta do professor e especialista na área diz respeito ao possível hábito que os alunos podem desenvolver quando associam o estudo única e exclusivamente aos resultados das inteligências artificiais, como o ChatGPT, por exemplo. Luno Gomes reforça sua ideia ao salientar que “as IAs são ferramentas que auxiliam na aprendizagem. A falsa sensação de aprendizado surge quando os alunos se concentram apenas em obter resultados positivos em testes sem realmente compreender profundamente o material”.
Associar o estudo às tecnologias disponíveis é uma realidade e traz benefícios para facilitar o modelo ensino-aprendizagem, estimular o alunado e cria cenários em que os esforços educacionais possam ser ampliados. Contudo, a recomendação é que haja consciência no uso das mesmas de maneira saudável e responsável por parte dos alunos, assim como durante a aplicação pelos docentes. É preciso visualizar essas potências tecnológicas como possibilidades para a educação, mas quando instrumentalizadas de forma segura e eficaz.
