13 municípios do RS se destacam na educação de suas crianças 

Com índices de até 100% de fluência em leitura e compreensão de textos, crianças também apresentam excelente desempenho em outras disciplinas 

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 13 vêm se destacando pelos resultados elevados em educação, principalmente no que diz respeito à alfabetização e aos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). Esteio, Montauri, Caibaté, Tunas, Arroio do Tigre, Ibarama, Cristal, Mato Queimado, Nova Ramada, Três de Maio, Estação, Sapucaia do Sul e São Sepé são as cidades nas quais as crianças terminam o 1º ano com índices entre 75% e 100% de fluência em leitura e compreensão de textos. Essa aprendizagem acarreta também excelente desempenho em outras disciplinas, como Matemática e Ciências, por exemplo. 

No município de Montauri, 100% dos estudantes do 1º e 2º anos finalizaram o período letivo lendo fluentemente e interpretando textos com facilidade. Em Mato Queimado e Nova Ramada, 93,3% e 90,4% das crianças, respectivamente, concluíram a alfabetização com excelência.  

Em Esteio, no início de 2023, dos 814 alunos que compõem as 40 turmas locais do 1º ano do Ensino Fundamental, 89,6% estavam fluentes em leitura e interpretação de textos ao fim do 4º bimestre. Os resultados em Matemática dos estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental também foram excelentes, com 87,9% dos alunos alcançando resultado satisfatório em testes associados a um modelo de ensino que segue padrões de Cingapura; e em Ciências, 94,5% demonstraram ter adquirido os conhecimentos ministrados.  

Qual o segredo desses 13 municípios? 

“Não há segredo. Todos têm ótima gestão de suas redes de ensino, com profissionais dedicados. Eles utilizam uma metodologia específica, que é método fônico e o ensino estruturado. O método fônico é o mais utilizado em todo o mundo cujas línguas utilizam o sistema alfabético de escrita“, explica Carla Cancelli, coordenadora do Instituto Alfa e Beto (IAB) nessas localidades do Rio Grande do Sul. 

O Instituto Alfa e Beto oferece uma série programas e materiais educacionais que são utilizados em redes públicas e privadas de todo o Brasil há mais de 20 anos. Além dessas cidades do Rio Grande do Sul, Sobral (CE), Coruripe (AL), Teresina (PI) e Bom Jesus (PI), entre outros, se destacam com seus resultados de parceria com o IAB.    

“Com base em testes padronizados regulares elaboramos diagnóstico dos alunos.  Aí entramos com um trabalho focado e perseguindo metas pré-estabelecidas. Os resultados são sempre analisados para que haja cada vez mais evolução. Existe um gerenciamento muito proativo”, afirma a coordenadora. 

Alinhamento entre professores 

Raquel de Castro Fiuza Neuenfeldt, coordenadora na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Arroio do Tigre, complementa a explicação de Carla Cancelli lembrando que uma das orientações do programa do Instituto Alfa e Beto é que haja alinhamento constante das ações entre a gerência educacional da Secretaria e da escola com os professores. Desde 2017 o município é parceiro do IAB. 

 

“Efetivamos, de forma bem próxima, o contato com os professores, por meio de encontros nos quais alinhamos as ações de desenvolvimento do programa, com trocas de experiências entre os docentes e analisando as dificuldades enfrentadas para encontrarmos as soluções”, conta Raquel.  

 

Na rede municipal de Arroio do Tigre os estudantes dos 1º, 2º e 3º anos alcançaram, respectivamente, 95,2%, 96,7% e 91,4% dos índices projetados para cada série. 

 

Para Raquel, a boa comunicação é essencial. Com isso, conhecem bem as turmas e entendem pelo que passam e do que precisam. “Para 2024, além de continuarmos com os encontros com professores, também nos aproximaremos ainda mais dos pais. Eles vêm para a sala de aula, conhecem o programa e entendem a importância da frequência do aluno e do acompanhamento. A cada trimestre há esses momentos.” 

 

A coordenadora da Secretaria Municipal de Montauri, Luana Cipriani, faz coro com a colega de Arroio do Tigre e destaca a parceria entre educadores e educandos. “Levando em consideração que a pandemia causou profundos impactos e que os alunos foram diretamente prejudicados, investimos em ações para garantir fluxos de aprendizagem mais eficientes. Usamos o material de referência do IAB com muita organização e planejamento.” 

Contraste com Saeb 2021 

Os resultados dos alunos que adotam os programas do Instituto Alfa e Beto contrastam com o panorama geral que se observa no Brasil. De acordo com os dados do Saeb (2021), 4 em cada 10 alunos do 2º ano não são capazes de ler frases simples ou mesmo escrever palavras.  Em estados como o Paraná, 20% das crianças não são capazes de ler frases com períodos simples; já no Sergipe, o percentual chega a 62%. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, cerca de 40% das crianças chegam ao 3º ano do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever.  

Outro dado que reflete o atraso das crianças na alfabetização no Brasil é o 52º lugar entre 57 países avaliados em leitura e compreensão de texto para alunos do 5º ano do Ensino Fundamental no PIRLS 2021 (Progress in International Reading Literacy Study).  

 a avaliação feita pelo Estado do RS, a última com resultado, mostra que, na rede pública do RS, no 2º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, apenas 54% dos alunos foram avaliados nos níveis adequado e avançado e 46% entre abaixo do básico e básico.  

No 5º ano do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa, somente 51% dos alunos estão entre os níveis adequado e avançado e 49% abaixo do básico e básico.  

Nos municípios parceiros do IAB, os alunos, ainda no 1º ano, em todos, estão mais de 75% de fluência e compreensão, algumas cidades com os estudantes chegando a 100%.  

 

 

Ensino estruturado e método fônico 

 

O “ensino estruturado” é um conceito científico de eficácia comprovada.  Trata-se de uma estratégia que alinha a gestão e pedagogia de forma a fazer acontecer o ensino efetivo na sala de aula, para cada aluno.  Essa estratégia, adotada pelo Instituto Alfa e Beto, inclui um conjunto de ações e materiais desenvolvidos com rigor. Quando implementados de maneira adequada, levam a resultados excepcionais. 

O método fônico é comprovadamente a maneira mais eficaz de alfabetizar nos países que adotam o sistema alfabético de escrita. No Brasil ainda persiste uma resistência de educadores a respeito da eficácia do método e, com isso, o país deixa de avançar nessa área, comprometendo o sucesso educacional dos alunos. 

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