No entanto, segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, o número de inadimplentes no país recuou para 66,56 milhões. SPC avalia que resultado é fruto do Desenrola Brasil
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, em parceria com o Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC), revelou, nesta segunda-feira (23/10), que o valor médio das dívidas dos consumidores brasileiros cresceu no mês passado. Segundo as entidades, essa média atingiu R$ 4.246 em setembro, ante R$ 4.108 no levantamento anterior. Além disso, cada inadimplente possuía dívidas com 2,09 empresas, em média.
Mesmo assim, na comparação com agosto, houve uma ligeira queda de 0,39% no número total de inadimplentes no país. De acordo com a confederação, havia 66,56 milhões de pessoas nessa situação em todo o Brasil, o que representa 40,71% da população adulta. Para o presidente do SPC, Roque Pellizzaro Jr., os principais fatores desse recuo são o aumento de massa salarial no país, junto com a primeira fase do programa Desenrola, que começou ainda na segunda quinzena de julho.
“Nós tivemos um cenário de um número grande de brasileiros que saíram do quadro de inadimplentes já na primeira fase do programa Desenrola, e aguardamos, agora, também, para o próximo mês, algum resultado em relação a isso. Isso confirma a nossa expectativa de redução na inadimplência”, aponta o executivo.
Maioria das dívidas já dura mais de um ano
A maior parte dos devedores no país possui dívidas em atraso no período de 1 a 3 anos, o que representa 39% do total de contas atrasadas. De agosto para setembro, houve um aumento de 26,7% neste grupo. Na comparação entre faixas etárias, a maior proporção de inadimplentes se encontra entre 30 e 39 anos (23,76%). Segundo o SPC, quase metade dos brasileiros nessa faixa está negativado.
Os dados também apontam para um número maior de pessoas que possuem dívidas de até R$ 500. Segundo o levantamento, 30,81% dos devedores no país estão nessa situação. No lado oposto, os que possuem contas em atraso superiores a R$ 7.500 já somam 14,84% do total de inadimplentes no Brasil. O setor que mais teve crescimento do número de dívidas foi o de água e luz (+25,18%), seguido por bancos (+17,18%).
Fuja das dívidas de fim de ano
Para o presidente do SPC, a grande dica para quem deseja fugir da inadimplência no fim do ano é a organização. “Se organize, entenda que dívida você tem, o que é que pode ser renegociado, e calcule o que você pode, dentro do teu orçamento, dispensar para isso”, aconselha. No mês de novembro, haverá o pagamento da primeira parcela do 13º salário, como também lembra Pellizzaro Jr.
“Historicamente, boa parte dessa injeção de dinheiro novo na economia já vem para o pagamento de dívidas antigas e você deve priorizar isso. Lembrando que nós estaremos ainda dentro do processo do programa Desenrola, que é um benefício bastante grande, gerado pelos credores brasileiros junto com o governo federal”, acrescenta.