Projeto da UCB estuda o futuro da indústria cerâmica no Rio Grande do Norte

Oficina promovida pelo MGTI da UCB em Carnaúba dos Dantas (primeira foto) e em Assú (segunda foto). Crédito das fotos: Divulgação

Ao longo de 18 meses, pesquisadores da Católica promovem oficinas e encontros virtuais com trabalhadores do setor das regiões do Seridó e Vale do Açú

O setor de cerâmica vermelha está entre os que mais geram empregos no Rio Grande do Norte e vem passando por mudanças em busca de uma produção com foco na qualidade, sustentabilidade e eficiência. Com o objetivo de auxiliar nesse processo e avaliar os impactos das mudanças no setor produtivo local, pesquisadores do Mestrado Profissional em Governança, Tecnologia e Inovação (MGTI) da Universidade Católica de Brasília (UCB), promoveram na semana passada uma série de oficinas, de forma gratuita, para empresários e funcionários de indústrias cerâmicas nas regiões do Seridó e Vale do Açú. O estudo está previsto para ocorrer ao longo de 18 meses, com aprofundamento das discussões de forma online e outros encontros presenciais.

 

Durante o evento, “os ceramistas apresentaram ideias para alavancar a indústria ceramista local, explicaram as mudanças e rupturas pelas quais o setor vem passando e aquilo que vem dificultando as empresas do setor no âmbito regional. Também foram identificados os atores concernentes e algumas ações que já poderiam ser iniciadas em função dos problemas mapeados”, explica o professor da UCB e pesquisador do MGTI, Edilson Ferneda.

O objetivo do projeto é orientar como a indústria de cerâmica da construção pode planejar estratégias de médio e longo prazo para o crescimento do setor no Rio Grande do Norte. Após o levantamento das demandas nas oficinas presenciais, o trabalho será conduzido de forma remota e online. “Agora, à distância, será feito o aprofundamento das variáveis identificadas sobre algumas dimensões (econômica, social, territorial, política)”, comenta Ferneda. O próximo encontro presencial está programado para novembro.

Desafios
Um dos grandes desafios atuais da indústria cerâmica em todo o país é a modernização de seus processos produtivos, incluindo a adequação de sua matriz energética. O setor tem buscado atualizar-se tecnologicamente e ter uma fonte energética limpa, renovável, sustentável e com um custo competitivo. Isso inclui a atualização de fornos com maior produtividade e que gerem uma menor emissão de gases poluentes, durante a fabricação dos produtos. “Somente a partir de uma mobilização dos empreendedores locais para a formulação estratégica de um futuro sustentável e durável é que se pode pensar em um processo de mudança”, explica Maurício Henriques, pesquisador do Laboratório de Energia do Instituto Nacional de Tecnologia.

O projeto, intitulado Planejamento de Longo Prazo para Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral (APL) das indústrias de cerâmica vermelha nas regiões do Seridó e Vale do Açu, é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e terá duração de 18 meses. Além das oficinas de trabalho, também estão previstas visitas a cerâmicas do interior para a elaboração de um diagnóstico do setor no estado, em relação à geração de empregos, número de empresas em funcionamento e demanda de produção de blocos, telhas, lajes e tijolos no Rio Grande do Norte.

Os últimos dados oficiais sobre o setor no estado são de 2012, o que exige uma atualização de informações para o planejamento de ações por parte das empresas, já que o cenário econômico da indústria mudou bastante, nos últimos anos, principalmente, após a pandemia. “Trata-se de uma oportunidade de desenvolver boas práticas de gestão e inovação, divulgar as potencialidades do setor cerâmico, como também debater linhas de ação estruturantes para a expansão, consolidação e desenvolvimento sustentável das cerâmicas potiguares”, afirma Vinicius Costa Lima, presidente Sindicato das Indústrias Cerâmicas para Construção do Rio Grande do Norte.

As atividades da última semana foram coordenadas pelos pesquisadores do Mestrado Profissional em Governança, Tecnologia e Inovação (MGTI) da Universidade Católica de Brasília (UCB), com apoio técnico do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/ MCTI) e do Instituto Prospectiva (INSPRO), em parceria com o Sindicato das Indústrias Cerâmicas para Construção do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN), a Associação dos Ceramistas do Seridó (ACESE), a Associação dos Ceramistas do Vale de Carnaúba (ACVC) e a Associação dos Ceramista do Vale do Açu e Apodi (ACEVALE). A iniciativa inclui também a participação de representantes do Sebrae-RN, do IFRN e das prefeituras dos municípios onde foram realizadas ações do projeto: Carnaúbas dos Dantas e Assú.

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