Renata Castro Barbosa – humor na veia e na alma
Ela é humorista e curadora do Festival Humor Contra-Ataca. Festejando 50 anos, 40 de carreira, Renata comandará um casting de mais 20 humoristas, reunindo veteranos e expoentes do humor. Nomes como Flávia Reis, Igor Guimarães, Yuri Marçal, a turma do Hermanoteu na Terra de Godah, leia-se Os Melhores do Mundo, Fábio Rabin, Rafael Portugal, Leandro Hassum, Nany People, Paulinho Gogó, Sergio Malandro, Léo Castro, entre outros, ao Qualistage. Nos dias: 12 – 13 – 14 – 19 – 20 – 26 – 27 de janeiro e 3 de fevereiro.
Como surgiu o projeto?
Do próprio Qualistage. A Guacira Abreu, que é programadora dela e o Bernardo Amaral (diretor da casa), tinham essa vontade de fazer alguma coisa com humor lá. Sempre fizeram shows e acharam que podia ser interessante abrir uma casa desse porte para outros tipos de arte. Eles conheciam meu trabalho como atriz e me chamaram para ver o que eu achava e se eu podia ajudar com a concepção de um festival que englobasse vários tipos de humor e de artistas. Eu já produzo, mas as minhas coisas. Nunca fiz nada desse tamanho e para outras pessoas, mas achei maravilhoso e que daria super certo. Topei na mesma hora!
O Brasil tem muitos humoristas?
Muitos! E maravilhosos! Você pode ir para uma cidadezinha do interior do Brasil, e com certeza ele terá seu humorista. Somos um país riquíssimo de arte e principalmente humor.
O Rio de Janeiro, oferece sempre espetáculos de humor, você acha que há um público já cativo?
Acho que o humor sempre teve e terá um público cativo. Quem não gosta de rir? E pós pandemia então… Os teatros voltaram a ficar c cheios. É lindo de ver. Não só no humor, mas é difícil alguém que não queira sair um pouquinho das dificuldades do dia a dia para rir, não é?!
Humor Contra-Ataca, qual intenção que tiveram com a escolha do nome do festival?
Veio das nossas reuniões e do que queríamos com festival. Ir contra a chatice, as tristezas e dificuldades que passamos no nosso dia a dia. A vida nos traz tantas coisas pesadas… Passamos por tempos tão complexos… Queremos ir contra esse ataque de momentos duros, que passamos.
Foi difícil montar a grade dos humoristas?
Foi. Primeiro porque temos muita gente boa, então escolher quem convidar já era uma tarefa árdua. E depois tínhamos que bater as agendas de quem queria, quem podia, quem não estaria viajando ou em cartaz… Foi um trabalhão, mas valeu a pena! Está incrível!
Como é o público, exigente com os temas?
Não acho que teremos esse problema, justamente porque tivemos o cuidado de convidar artistas ecléticos, com vários tipos de público. Para todas as idades e gostos. E a casa é incrível, então tenho certeza que quem for não vai ter do que reclamar!
Nos tempos atuais, o que é permitido no humor?
Para mim tudo, que não for crime, pode ser dito.
Será o 1º festival de humor realizado no Rio, apresentado em uma grande casa de espetáculo, isso assusta?
É um desafio, mas acho maravilhoso que possamos ter esse espaço não só pra música. O Qualistage é uma casa grande, mas acolhedora e tenho certeza que vai dar certo!
Quem vc acha que é uma grande promessa no humor?
Não conseguiria dizer um único nome. Temos uma geração talentosíssima aí e escolher apenas um acho impossível. No próprio festival temos artistas não tão conhecidos da mídia, que são maravilhosos! Como Babu Carrera, Léo Castro, Gui Albuquerque, Aarhon Pinheiro… Gente mega talentosa que tenho certeza que vão crescer cada vez mais! O Brasil tem muita gente boa! Mesmo!
40 anos de carreira. Qual apanhado vc faz da sua trajetória?
É tempo viu?! rsrs Não foi fácil. Foi trabalhado, ralado, muitas vezes quis desistir… Fazer arte em um país que tem a memória tão curta e que não vê arte com a importância que ela tem, não é uma tarefa fácil. Mas sou muito feliz com tudo que realizei até aqui. Trabalhei com a maioria das pessoas de quem sou fã, contei histórias que ajudaram pessoas… E ainda quero fazer isso por pelo menos mais 40 anos! Sou completamente apaixonada pelo meu oficio.
