Esses pets passam por uma seleção cuidadosa e têm aprendizagem de diversas habilidades essenciais
Texto: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay
Na coluna dessa semana vamos falar do cão-guia, pet que auxilia pessoas com deficiência visual. Para auxiliar seu tutor ele passa por treinamentos especializados e intensivos, desde uma seleção cuidadosa até a aprendizagem de diversas habilidades essenciais.
“O treinamento de um cão-guia começa muito cedo, ainda filhotes. Eles são selecionados com base em suas características de temperamento, inteligência, obediência e disposição para o trabalho. Durante o processo, aprendem uma variedade de comandos, desde caminhar em linha reta até desviar de obstáculos e reconhecer sinais de trânsito”, comenta Marina Meireles, médica veterinária comportamentalista no Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.
Além de proporcionarem afeto e companheirismo, os cães-guias estabelecem uma conexão singular e fundamental com aqueles que deles dependem. Inclusão e igualdade são os principais elementos que esses pets levam à vida de pessoas com deficiência visual ou baixa visão.
Os cães-guias passam por treinamentos especializados e intensivos, que começam com uma seleção cuidadosa e ensinam inúmeras habilidades. Além de transmitir amor e companheirismo, esses bichinhos criam uma relação única com seus usuários.
Além dos comandos básicos, os cães-guia são treinados para tomar decisões independentes, focadas em manter a segurança de seus tutores. Isso inclui avaliar quando é seguro atravessar uma rua, por exemplo, e agir para evitar perigos potenciais. Essa habilidade é essencial para garantir a autonomia das pessoas que dependem dos pets para se locomover em ambientes urbanos.
“Após a conclusão do treinamento, os cães são cuidadosamente combinados com um usuário, considerando fatores como estilo de vida, personalidade e preferências”, diz Meireles.
Por mais tentador que seja interagir com um cachorro na rua, é necessário respeitar os cães-guia e entender que eles estão trabalhando quando acompanhados de seus turores. Por isso, a recomendação é não os distrair com carícias ou alimentos, não chamar sua atenção sem permissão do dono e não tentar guiá-los sem ser solicitado.
“Isso garante que o cão possa se concentrar em sua tarefa principal, que é ajudar a pessoa a chegar no seu destino”, continua Meireles.
Ao oferecer apoio emocional, aumentando a confiança e a autoestima de seus parceiros humanos, os cães-guia também dão suporte prático, facilitam a mobilidade, promovem a inclusão e a igualdade.
Com uma grande responsabilidade, o papel desses pets na sociedade vai além da assistência física. Eles viabilizam que pessoas cegas ou com baixa visão vivam vidas plenas e produtivas, desafiando estereótipos e preconceitos, além de participar de atividades cotidianas e se integrar completamente à sociedade.
Quando atingem a idade de aposentadoria, geralmente entre oito e dez anos, ou apresentam problemas de saúde que os impedem de continuar trabalhando, os cães-guia podem ser retirados do serviço.
Nesse momento, passam por um novo processo de adoção ou são realocados para programas de reabilitação. Assim, outros pets recebem treinamentos adequados para assumirem o papel de guia. Caso o tutor decida manter os dois companheiros, é preciso harmonizar a convivência para que ambos entendam seus novos papéis.