Indústria brasileira está mais digital do que há cinco anos, mostra pesquisa

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que 69% das indústrias brasileiras já utilizam tecnologia para tornar seus processos mais digitais. Em 2016, esse percentual era de 48%. A “Sondagem Especial Indústria 4.0”, divulgada em abril passado, foi realizada com mil empresas e identificou a adoção de 18 tipos de tecnologias usadas em diferentes estágios da cadeia industrial. Em 2016, esse número não passava de 10.

Indústria 4.0 é o nome dado para a cadeia da produção industrial dotada de digitalização para integrar diferentes etapas, desde o desenvolvimento do produto até o uso final. A sondagem mostrou que a adoção de tecnologias digitais ainda está em fase inicial na maior parte das empresas. Do total, 26% utilizam de uma a três de 18 tecnologias e apenas 7% adotaram 10 ou mais delas. E o percentual de empresas que ainda não utilizam nenhuma tecnologia digital é de 31%.

Em relação aos benefícios de quem adota algum tipo de tecnologia digital na empresa, o mais citado é o aumento da produtividade (72%), seguido da melhoria da qualidade dos produtos ou serviços e da redução dos custos operacionais (60%). Melhorias no processo de tomada de decisão foram apontadas por 49% dos entrevistados. Já o aumento da segurança do trabalhador ficou em quarto lugar (38%) entre os benefícios mais citados.

Competitividade – Maior produtividade, qualidade, tomadas de decisões mais assertivas e maior segurança dos funcionários são importantes para empresas que querem manter-se competitivas não só no mercado nacional, como também no mercado externo. Nesse cenário, para não ficar atrás da concorrência, o uso de tecnologias é um dos principais aliados do conceito de Product Lifecycle Management (PLM), ou Gestão do Ciclo de Vida de Produtos, que vem sendo difundido em empresas que utilizam manufatura no desenvolvimento de novos produtos nos mais diversos segmentos. Tal conceito está ligado diretamente à gestão da documentação e de configuração de produtos.

“As empresas buscam esse conhecimento e vantagem competitiva para o melhor controle de seus projetos e principalmente no ganho da agilidade no desenvolvimento de novas linhas de produtos. Fator preponderante no conceito de gestão de ciclo de vida de produtos está também relacionado a um ganho colaborativo, dentro da cadeia de fornecedores de serviços, aumentando assim a sinergia como um todo, onde cada departamento envolvido na sua respectiva etapa de projeto, possui uma visão ampla e total dos objetivos e prazos envolvidos”, explica o consultor em Tecnologia Fábio Nunes Alves.

Ele explica que na implementação do PLM nas empresas, a adoção de tecnologia é essencial. “Pois as funções diversas são apoiadas por usuários, que ficam distribuídos em localidades diferentes, usando com isso também a integração de diferentes tipos de sistemas visando eliminar a gestão manual e muitas vezes repetitiva, o uso da tecnologia se faz preponderante com auxílio de sistemas de apoio na padronização e colaboração, bem como otimização dos projetos a serem desenvolvidos dentro da cadeia de processo produtivo e de engenharia como um todo”, ressalta.

Outra vantagem da implantação do conceito de PLM na cadeia produtiva, segundo Alves, é a possibilidade de prever os custos relacionados a cada subsistema envolvido, podendo assim antecipar a rentabilidade de cada projeto. “Num mundo onde a demanda e agilidade de novos itens e ideias se fazem necessários, o PLM é fundamental para que todos os requisitos sejam atendidos, visando sempre a melhor entrega com excelente custo/ benefício para o consumidor final”, destaca o profissional, que tem mais de 20 anos na área de Tecnologia da Informação.

Custo de implementação e falta de conhecimento ainda são entraves para investimento em Tecnologia

A pesquisa Sondagem Especial Indústria 4.0 mostrou que entre os principais entraves para investir em processos tecnológicos pelas indústrias está o custo de implementação, barreira apresentada por 66% das empresas. Em seguida, como entraves apontados por 25% das empresas, vêm empatados a falta de conhecimento, a clareza sobre os retornos das tecnologias adotadas e a estrutura e cultura da empresa.

Do total de empresas pesquisadas, duas a cada 10 empresas (20%) apontaram também como entrave a falta de linhas de financiamento apropriadas para investimento em tecnologias digitais. Outro entrave apontado por 37% das empresas foi a falta de profissionais qualificados. Em seguida, a dificuldade para identificar tecnologias e parceiros foi citada por 33% dos entrevistados. E para 29% das empresas, o fato de o mercado (clientes e fornecedores) não estar preparado também é um desafio para a adoção de novas tecnologias. 

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