Traficante que andava armado pela rua 25 de Março foi preso com a ajuda deste tipo de tecnologia usada pelas autoridades
As câmeras de segurança têm sido amplamente utilizadas para monitorar e detectar possíveis ameaças em diferentes países do mundo. Com uma combinação entre bancos de dados e informações processadas em segundos, uma nova tecnologia de rastreamento chega ao Brasil e promete ajudar as autoridades. O Hoje em Dia mostrou detalhes de como o sistema funciona e possíveis benefícios à segurança pública.
Nas imagens detectadas, um homem aparece caminhando tranquilamente com seu cachorro por uma rua da capital paulista. De óculos e boné, ele até parece uma pessoa comum do dia a dia, porém, é um criminoso foragido da Justiça. O suspeito faz parte de uma quadrilha de assaltos a residências de luxo no interior do estado. Com base nos registros, ele é preso rapidamente pela polícia.
Na rua de comércio popular 25 de Março, na zona central da capital paulista, um traficante de drogas que andava armado também é preso com o auxílio da tecnologia.
Diariamente, 23 mil câmeras captam ao vivo tudo o que acontece na cidade. Em segundos, o sistema faz um registro e todas as informações são automaticamente cruzadas com um banco de dados que conta com fotos e fichas criminais de pessoas procuradas pela Justiça brasileira.
O processamento acontece em centrais de controle, nas quais os agentes de segurança têm acesso a monitores com imagens de diversos locais. Enquanto isso, as autoridades em campo são alertadas pelo quartel-general de alvos próximos.
Basta apenas uma parte do rosto a mostra para que seja possível fazer o reconhecimento. Quando o sistema detecta 90% de compatibilidade entre a imagem captada na rua e a base da polícia, um alerta sonoro é emitido. Este sinal avisa que algum foragido ou pessoa desaparecida foi encontrada.
Vale reforçar que o sistema de vigilância, não monitora e nem denuncia o que os cidadãos fazem em suas vidas particulares.
“O que alimenta essa base de dados é aquele indivíduo que já foi preso e processado. Uma pessoa que nunca fez nada ou não teve problemas graves jamais terá o seu rosto ali identificado”, reforça Ivana David, Desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo.
As pessoas levadas para averiguação só permanecem presas se possuírem pendências com a Lei.
A magistrada explica que, embora o reconhecimento seja rápido, existe uma checagem feita entre as autoridades e a Justiça para que se tenha certeza que o individuo de fato possui antecedentes.
“Todos os dados são levantados efetivamente antes de alguém ser conduzido para o sistema prisional. Não é tão rápido ou tão simples”, prosseguiu.
Ao todo em São Paulo, esse sistema já registrou 1.700 prisões em flagrante desde sua implantação em agosto de 2024.
Em outros estados
O sistema também é usado por outros territórios brasileiros. Orlando Morando, Secretário Municipal de Segurança Pública da capital paulista, revela que condenados que estejam registrados no banco de dados de qualquer estado podem ser identificados. Ele ainda garante que o mesmo vale para pessoas que estejam desaparecidas.
Na Bahia, 80 municípios são monitorados e as prisões são feitas por agentes da polícia. Só na primeira quinzena de 2025, 100 foragidos da Justiça foram localizados pelas câmeras.
A cidade do Rio de Janeiro (RJ), assim como outros municípios do estado, também contam com esse avanço tecnológico.