Traficante conhecida como ‘Gatinha da Cracolândia’ é presa em SP

Ao ser detida em Barueri, Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, revelou esconderijo de drogas na região central da capital

 

 

Uma jovem de 19 anos conhecida como “Gatinha da Cracolândia” foi presa na manhã desta quinta-feira (22) pela Polícia Civil de São Paulo, suspeita de comercializar tráfico de drogas na Cracolândia, região central da capital paulista.

O mandando de prisão contra Lorraine Cutier Bauer Romeiro foi cumprido no município de Barueri, na Grande São Paulo, como parte da segunda fase da Operação Carontes.

Imagens do relatório da Polícia Civil obtidas pela Agência Record revelam que Lorraine foi flagrada comercializando crack na Cracolândia. Nas fotos, ela aparece ao lado do namorado, André, dentro de uma tenda.

Durante a prisão, Lorraine revelou que havia drogas escondidas no Hotel Avaré, na rua Helvetia. Os entorpecentes foram encontrados em um prédio em situação de abandono ao lado do hotel. O local era utilizado por traficantes para esconder drogas. No hotel, também foram apreendidos objetos produto de furto – as vítimas estão sendo localizadas. O porteiro do local foi preso em flagrante.

Lorraine ao lado do namorado, André, é flagrada vendendo drogas na Cracolândia

Lorraine ao lado do namorado, André, é flagrada vendendo drogas na Cracolândia

DIVULGAÇÃO

A presa foi encaminhada ao 77° DP (Santa Cecília), onde prestou depoimento. Em seguida, foi levada ao IML (Instituto Médico Legal) pra passar por exame de corpo de delito, voltou ao 77º DP e foi conduzida à carceragem feminina do 89º DP (Portal do Morumbi).

A defesa de Lorraine afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito, que é muito cedo pra considerá-la culpada e que não se trata de uma criminosa contumaz.

Durante as investigações, policiais civis se infiltraram no fluxo e realizaram filmagem das atividades dos traficantes, descobrindo o funcionamento do tráfico, ordenado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro de fora dos presídios.

De acordo com o delegado Roberto Monteiro, da 1ª Delegacia Seccional do Centro, o objetivo da operação era desvendar a dinâmica do tráfico de drogas. “O crack não nasce na Cracolândia, ele é levado para lá, é colocado à venda por traficantes”, afirmou o delegado.

Segundo a polícia, os traficantes criaram na Cracolândia demarcações de 30 a 40 metros que são chamados de vagões. Os espaços são delimitados e cada um tem um dono – todos ligados à facção criminosa.

Dentro dos vagões, são vendidos espaços menores, as chamadas tendas – lonas plásticas com estruturas de madeira. Em cada vagão, há de oito a dez tendas. Esses locais ficam cobertos, o que dificulda a visualização por helicópteros da polícia e da imprensa.

Nas tendas, acontece a venda de drogas, especialmente o crack que chega em tijolos de geralmente um quilo ou mais. As drogas são fracionadas em cima de vidros e pratos, porque quando se divide a pedra de crack sobram pequenos pedaços e farelos. As pequenas porções são oferecidas aos usuários de drogas como presente pela assiduidade de compras na tenda ou vendida a preços menores.

Cada tijolo de crack de um quilo é vendido em aproximadamente dois dias nas tendas. Além da cocaína, também são vendidos cocaína e maconha, de acordo com o delegado Roberto Monteiro.

Os traficantes trabalhar por 24 horas e quando ficam cansados são substituídos por comparsas e se dirigem para hotéis ou cortiços, que são prédios já desapropriados pela Prefeitura de São Paulo. Os hotéis e cortiços servem de esconderijo para os traficantes e as drogas.

Os entorpecentes são transportados dos cortiços e hotéis até as bancas de rua por meio de homens conhecidos como travessia. Geralmente, eles são encontrados carregando sofá nas costas, caixa de isopor, carrinho de mão. Inicialmente, não parecem ter relação com tráfico, mas são os responsáveis pelo transporte e reabastecimento das tendas.

No entorno dos vagões, também há espaços ocupados por toalhas, conhecidos como lojas, onde criminosos vendem celulares, bicicletas, fios de cobre e documentos de vítimas.”É um verdadeiro comércio. Muitos dos furtadores e roubadores acabam vendendo os bens roubados e lá sequência vão ao lado comprar a droga para consumo. É círculo vicioso que se repete e se autoalimenta constantemente”, relatou o delegado.

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