Quem pode ser voluntário no teste das vacinas do coronavírus no Brasil? Entenda

investigation and research dna, virus, bacteria

No caso da vacina chinesa, os voluntários precisam ter mais de 18 anos e não podem estar infectados ou já terem se infectado com o coronavírus

 

 

Duas vacinas contra o coronavírus serão testadas em brasileiros ao longo dos próximos meses. São elas o imunizante da Sinovac Biotech, da China, e o da Universidade Oxford, na Inglaterra. As fabricantes buscam verificar a segurança e a eficácia das doses na proteção do corpo humano contra os efeitos causados pela covid-19. O Estadão discutiu com especialistas os avanços e os desafios na busca pelo antígeno. Mas quem serão os voluntários que serão submetidos aos testes? Entenda abaixo essa e outras questões sobre o assunto.

Quem receberá as primeiras doses das vacinas contra o coronavírus em teste no Brasil?

No caso da vacina chinesa, os voluntários precisam ter mais de 18 anos e não podem estar infectados ou já terem se infectado com o coronavírus. Além disso, serão escolhidos profissionais de saúde que estão em atendimento a pacientes com covid-19, uma vez que eles estão mais expostos ao vírus e podem com mais precisão testar a eficácia do imunizante.

No País, doze centros de pesquisa dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, além do Distrito Federal coordenarão os testes. Nove mil profissionais de saúde desses Estados poderão se inscrever a partir de 13 de julho por meio de um aplicativo.

Já no caso da vacina de Oxford, o grupo Fleury realiza a seleção de dois mil voluntários para a participação na terceira fase de testes – o número de voluntários no mundo chega a 50 mil. O projeto é liderado no Brasil pela Unifesp, em São Paulo. A maioria dos brasileiros selecionados será de profissionais da área de saúde, homens e mulheres entre 18 e 55 anos.

Eles serão divididos em dois grupos: um tomará a vacina e o outro será testado com a vacina-controle MenACWY, também conhecida como vacina meningocócica conjugada. Para saber a eficácia da vacina, os pesquisadores vão comparar os dois grupos: o percentual de pessoas vacinadas que não desenvolveu a doença e a proporção de indivíduos testados com a vacina-controle que acabou infectada pelo coronavírus.

Qual é a diferença entre as duas vacinas?

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford é produzida a partir de uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum, o adenovírus, que contém material genético da proteína Spike do SARS-CoV-2. Após a vacinação, a proteína é produzida, o que estimula uma resposta do sistema imunológico contra a infecção pela covid-19. Em abril, a vacina passou pela primeira fase de testes, o que incluiu um grupo de mais de mil pessoas entre 18 e 55 anos no Reino Unido.

O imunizante chinês é produzido a partir de cepas inativadas do novo coronavírus e também está na terceira fase de testes após aplicações em voluntários chineses.

Quando as vacinas estarão disponíveis?

A aplicação em massa das vacinas ainda depende dos primeiros resultados notados nos voluntários brasileiros e também nas análises conduzidas ao redor do mundo. Caso seja comprovado a segurança e eficácia do antígeno, procedimentos precisam ser cumpridos junto a órgãos regulatórios de saúde até a liberação final para aplicação.

Em um cenário considerado otimista, isso poderá começar a ocorrer em dezembro deste ano ou janeiro do ano que vem. Isso porque o Ministério da Saúde anunciou um acordo com a Universidade de Oxford e com o laboratório AstraZeneca para produção das doses em território nacional. A fabricação ficará por conta da Bio-Manguinhos, entidade da Fiocruz responsável pela produção de vacinas, e o investimento pode chegar a US$ 288 milhões.

O primeiro lote, com 15,2 milhões de doses, é esperado para dezembro. A outra metade está prevista para janeiro. De acordo com o Ministério da Saúde, se a vacina obtiver o registro no Brasil, haverá um segundo momento do acordo, em que serão produzidas mais 70 milhões de doses da vacina.

O prazo é menos claro no caso da vacina chinesa. O diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, disse que, se os resultados forem positivos, o objetivo é começar a vacinação em “meados de 2021”. Ele acredita que em outubro haverá uma análise preliminar dos resultados dos testes. O custo da testagem é estimado em R$ 85 milhões e prevê a transferência de tecnologia para que a vacina chinesa possa ser produzida no Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

 

anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.