Projeto gera emprego a pessoas em situação de vulnerabilidade social no DF

A proposta da iniciativa Bike Geração de Renda é incentivar o trabalho e a autoconfiança

 

Um incentivo a mais pode ser o grande responsável por mudar a realidade de alguém. O projeto Bike Geração de Renda comemora, nesta semana, um mês. A ideia da iniciativa é prover os meios necessários para que pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social sejam reinseridas ao mercado de trabalho, por meio de entregas a domicílio.
Os materiais necessários para trabalhar como entregador são um celular e uma bicicleta em boa condição. Os itens são arrecadados a partir de campanhas de doação nas redes sociais.
O aplicativo de delivery parceiro do Bike Geração de Renda é o Rappi. A equipe do aplicativo é responsável por realizar reuniões com os entregadores, proporcionar suporte ao entregador, assim como por mediar o contato entre os funcionários e clientes.
O idealizador da iniciativa, Rogério Barba, esteve em situação de rua por 30 anos. No entanto, com assistência psicossocial, venceu o vício às drogas e se tornou porta-voz da cultura, pela revista Traços. Atualmente, ele é referência em auxílio e apoio à pessoa em situação de rua em Brasília.
Barba conta que a proposta Bike Geração de Renda é estimular o trabalho e a autoconfiança dessa população. Além disso, ressalta que, um dos objetivos, é reduzir os altos índices de pobreza extrema no Distrito Federal. Ele acrescenta ainda que a medida é uma forma concreta de impedir que uma pessoa volte à situação de rua.
Os entregadores participam, antes de iniciar o primeiro dia de trabalho, de oficinas de direção defensiva. São os coletivos Bike Anjo e Roda da Paz que discutem as funções e a importância das leis de trânsito. Ao decorrer das semanas de trabalho, são realizados encontros a fim de acompanhar o desempenho dos entregadores.
Plínio do Carmo, de 39 anos, foi um dos primeiros participantes da ação e conta que esteve em situação de rua por quase três anos, trabalhando como vigia de carros. “Eu me sentia invisível quando dormia pelas calçadas. Muita gente não considera o morador de rua parte da sociedade”, completa o entregador.
“Esse emprego me deu autonomia. Eu me sinto realizado, tudo mudou pra mim. Faço, em média, 10 entregas por dia. No final do mês, consigo cerca de mil reais. É o suficiente para eu pagar meu aluguel, comprar kits de higiene e me alimentar”, ressalta Plínio.
No total, sete pessoas são beneficiadas com a iniciativa. O objetivo é que, até o final de 2019, 10 tenham cadastro ativo. Luciano de Farias, de 37 anos, começou a trabalhar na quinta (1/8) e conta que, antes de conhecer a iniciativa Bike Geração de Renda, vendia doces no ônibus. Entretanto, o saldo mensal não pagava um aluguel.
“A minha visão do projeto é uma possibilidade de crescimento pessoal. Eu não tinha suporte e nem sabia por onde começar. Quando recebi a bicicleta e o celular vi que era uma chance real de mudar minha vida. Com apoio de todos e com a minha própria força de vontade, agora tenho como me levantar, me reerguer”, afirma Luciano.
Participantes do projeto Bike Geração de Renda se encontram para reunião semanal(foto: Reprodução/ Instagram)
Participantes do projeto Bike Geração de Renda se encontram para reunião semanal(foto: Reprodução/ Instagram)
anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.