Professora do DF dá ponto extra para alunos vacinados contra covid-19

Ideia foi da professora de sociologia do Centro Educacional 4 de Taguatinga Norte, Kamila Rodrigues, 24 anos. “É importante eles terem essa percepção”, afirma a educadora

 

Uma professora do Centro Educacional 4 de Taguatinga Norte decidiu dar 1 ponto na média para alunos do 2º ano do ensino médio que se vacinarem contra a covid-19. Kamila Braga Rodrigues, 24 anos, dá aulas de sociologia para adolescentes de 16 e 17 anos. Segundo ela, a maioria tinha algumas preocupações com relação à vacina.

A iniciativa coincidiu com o retorno das aulas presenciais do ensino médio na rede pública de ensino do DF, na semana passada, e a vacinação dos jovens com 17 anos ou mais. Na primeira aula para o primeiro grupo da turma, na última terça-feira (24/8), Kamila se inspirou em uma professora de Imperatriz (MA), — que fez uma publicação nas redes sociais falando sobre a ideia — e propôs o ponto extra na média dos estudantes.

“Tive ideia a partir dessa falta de interesse dos alunos em tomar a vacina. Uma semana antes, eu tinha visto nas redes sociais essa professora do Maranhão falando sobre isso. Foi então que decidi pontuar aqueles alunos que estavam tomando a vacina. Semana passada voltamos com as aulas presenciais no ensino médio aqui no DF. Perguntei se iriam tomar a vacina, e grande parte disse que não iria tomar, com medo da reação, medo da agulha. Outros não queriam pegar fila”, conta Kamila.

A educadora, que dá aulas híbridas para 40 alunos — separados em dois grupos —, destaca que a intenção foi incentivar os alunos a se vacinarem. “Quando falei desse ponto na média, eles ficaram animados e disseram que assim que saíssem da aula, iriam se vacinar. Tem um posto de vacinação ao lado da escola, na UBS 1 de Taguatinga. Muitos deles já me trouxeram o cartão de vacinação marcado”, diz.

Pesquisa científica

Além de trazer o cartão com a imunização registrada, os jovens também vão precisar entregar uma pesquisa científica para sobre a importância da vacinação na pandemia de covid-19. Na relação com a sociologia,a educadora destaca diversos temas da crise sanitária que têm relação com a disciplina.

“Primeiro que é o acesso à informação. Vivemos em uma era em que muitas fakes news são dissipadas. E é importante, dentro das nossas escolas, verificar quais informações são corretas e quais não procedem. Também é importante saber qual é o papel deles na cidadania, o que a gente estuda muito na sociologia. O papel deles nessa vacinação para influenciar na saúde coletiva. E isso tem a ver com a sociologia. É importante eles terem essa percepção”, analisa a professora do Centro Educacional 4 de Taguatinga Norte.

Uma das alunas que estava receosa em receber a primeira dose do imunizante é Aline Rodrigues Pinheiro, de 17 anos. “Eu estava com medo das reações, de ficar com febre ou ter vômito. Mas só fiquei três dias com sintomas: dor no braço, depois fiquei com dor nas pernas e dor de cabeça. Agora não sinto mais nada”, afirma a estudante.

“Achei muito legal a iniciativa da professora por ter oferecido um ponto na média, e fiquei feliz por ter recebido a vacina, mesmo com os efeitos normais. Foi bom porque eu me senti protegida. Vou poder proteger a minha família e incentivar outros adolescentes a irem se vacinar”, alegra-se a jovem.

Colega de sala de Aline, Camila Martins, 17, gravou um vídeo com a colega sobre a importância de se imunizar contra a doença no DF. “Tive muito receio de tomar a vacina porque vi muitas pessoas da minha família terem reações de vômito e febre. Quando você se depara com a situação, realmente fica com medo. Eu tenho muito medo de agulha também. Nisso, ela (professora) começou a falar com a gente que a vacina não dói, e a gente não tinha que ter medo, e deveríamos depositar toda a confiança no SUS (Sistema Único de Saúde)”, relata.

Camila diz que aprovou a ideia não só pelo ponto extra na média curricular. “Querendo ou não, a gente tinha que tomar a vacina. Temos que proteger a gente, a nossa família e os professores também na sala de aula. Então, a professora Kamila colocou muita consciência na gente de que a vacina é boa. Ninguém imaginava que iria repercutir tanto. A gente fica feliz, não só pelo ponto, mas pelo incentivo dela de falar e conversar com os alunos. Realmente vimos que é muito bom o incentivo dos professores e pais, porque adolescente é um povo teimoso”, brinca a estudante.

Vídeo feito pelas alunas:

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