Presidente da Ademi: mercado imobiliário deve gerar 110 mil empregos no DF

Business and growth concept.

Eduardo Aroeira disse, em entrevista ao programa CB.Poder, que o momento é ideal para a compra da casa própria

 

Um dia depois de o Bradesco acompanhar o movimento do Itaú e reduzir suas taxas de juros do crédito imobiliário, o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Eduardo Aroeira, comentou a situação atual e futura do setor, assim como os possíveis efeitos da retomada do mercado. Para ele, o momento é bom para a compra da casa própria. Em entrevista ao CB.Poder, programa do Correio em parceria com a TV Brasília, nesta terça-feira (1º/10), Aroeira estimou que os novos lançamentos de imóveis no DF devem gerar cerca de 110 mil empregos diretos e indiretos, em um prazo de seis meses. Ele ainda falou sobre as novidades imobiliárias no DF, sobretudo no setor Noroeste, e sobre a construção das quadras 500 do Sudoeste.
Na última sexta-feira (27/9), o Itaú reduziu sua taxa de juros do crédito imobiliário para a partir de 7,45% ao ano + TR (Taxa Referencial). Nesta segunda-feira (30/9), o Bradesco fez o mesmo, e reduziu sua taxa para a mesma modalidade para a partir de 7,30% ao ano TR, a menor até agora. Até então, a taxa mais baixa era do Santander, que oferecia financiamento a 7,99% TR. A onda de redução de custos para o financiamento da casa própria veio seguida da queda da taxa Selic (taxa básica de juros), de 6% para 5,5% ao ano.
Em agosto, a Caixa Econômica Federal já havia lançado uma linha de crédito imobiliário indexada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, com juros entre 2,95% e 4,95% ao ano. Atualmente, o cliente da Caixa pode escolher entre o novo modelo e o antigo, que cobra juros entre 8,5% e 9,75% ao ano mais TR. Por causa dessas medidas, o presidente da Ademi-DF acredita que o momento é ideal para a compra de imóveis. Ele também ressaltou que as vendas de empreendimentos em 2019, até o mês de julho, já contabilizam um número maior do que as vendas de todo o ano de 2018.
“Os dados que temos trazem muita confiança para a gente de que esse é um momento de comprar o imóvel, e de recuperação do mercado. Não é aquele ‘boom’ que a gente teve há vários anos (2010/2011), que não foi sustentável, mas acreditamos em um crescimento sustentável do mercado”, disse Aroeira. “Com relação a nossa pesquisa de velocidade de vendas, a gente verifica que, para o mês de julho, nosso último número, a gente tem o índice de 6,1%. A gente considera na Ademi que 5% é o ideal. Em 2018, vendemos 1761 unidades no ano inteiro. Até julho deste ano, já comercializamos aqui no DF 2165 unidades, mais do que ano passado inteiro. Isso equivale a soma, por exemplo, de 2017 e 2016.”
O representante da Ademi-DF também estima que a recuperação do mercado imobiliário no DF deve se traduzir na geração de cerca de 110 mil empregos diretos e indiretos para o setor da construção civil. “Enquanto no ano de 2018 inteiro tivemos R$ 1,24 bilhões acumulados em lançamentos, até julho de 2019 já tivemos R$ 1,28 bi, e acreditamos que vamos chegar ainda nos R$ 2,4 bilhões”, apontou ele. “Na prática, o que isso significa para a cidade e para a sociedade? Lançamento ainda não é obra, esses números já foram lançados, os empreendimentos estão comprometidos, a gente naturalmente vai ter que iniciar a construção desses edifícios, isso gera emprego. Nas nossas estimativas, isso vai gerar para o DF só R$ 1,2 bi a mais, e cerca de 110 mil empregos diretos e indiretos”, acrescentou. Segundo Aroeira, os resultados devem começar a aparecer a partir do próximo semestre: “Em 6 meses, eu acredito que a gente vai começar a sentir isso nos índices de empregabilidade do DF.”
De acordo com Aroeira, além de atrair empregos e maiores vendas, a retomada do mercado imobiliário também trouxe uma procura maior por parte daqueles que desejam investir em imóveis novos ou usados. “O investidor de alto padrão geralmente sabe fazer conta financeira, e o maior impacto que a gente tem tido de aumento de volume de vendas e de velocidade de vendas é no setor Noroeste, que é um imóvel de valor mais alto. A atratividade da renda fixa realmente está muito ruim por conta da taxa Selic baixa, então, várias dessas pessoas já estão identificando o imóvel como o melhor investimento para o momento”, esclareceu.
Em relação às novidades apresentadas nos futuros empreendimentos, o presidente da Ademi-DF afirmou que os novos imóveis terão uma “grande tendência à sustentabilidade”. Segundo ele, também há uma tendência  de redução do tamanho desses empreendimentos, que em sua maioria, devem ter de dois a quatro quartos. “Principalmente no bairro do Noroeste temos energia solar, reaproveitamento de água, temos necessariamente segregação do lixo”, disse. “Nos nossos empreendimentos ainda é muito forte a propriedade, mas a gente tem tido os nossos empreendimentos como compartilhamento de espaços, temos compartilhamento de bicicletas, de lavanderia, isso é uma tendência mundial muito forte que temos tido.”
Dentro do chamado “urbanismo moderno”, Aroeira destacou duas características: o adensamento dos centros e a diversidade de usos. “Por que querem adensar os centros e diversificar os usos? Para diminuir o uso do transportes, e assim, evitar que haja emissão de Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera. Esse é o princípio”, alegou. “O desafio é: como fazer isso em uma cidade tombada? Qual é o centro do DF? O Plano Piloto. A única forma de se adensar o centro do DF é através da utilização das áreas que já existem disponíveis”.
Sobre o assunto, Eduardo Aroeira ainda acrescentou que “as árvores estavam no lugar das quadras 500 do Sudoeste”. “Brasília não depende daquele pedaço de árvores para que tenha um verde abundante. A gente já tem verde abundante em Brasília inteira. Dessa maneira, a gente tem que pensar de uma maneira estruturante do urbanismo como um todo, e não de interesses particulares. Temos que pensar na sociedade, como irão ficar as emissões de CO2, como a gente vai melhorar o transporte público sem adensar?”, questionou. “É melhor não derrubar árvores, ninguém duvida disso, mas é melhor também não se emitir gases para atmosfera, então a gente vive pensando nisso.”

Confira o programa na íntegra:

 
*Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca
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