Com a chegada do inverno buscam-se doação de cobertores, casacos e outras roupas de frio para pessoas em situação de rua. Confira onde você pode entregar doações e integrar essa corrente do bem
As noites estão cada vez mais geladas — e a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que o frio se intensifique até agosto. Mesmo dentro de casa, agasalhados e cobertos, é possível sentir o vento gelado. Assim, o período é particularmente doloroso para aqueles que não têm o aconchego de um lar. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), no Distrito Federal, há cerca de 3 mil pessoas em situação de rua. Com a chegada oficial do inverno, são elas quem mais sofrem, principalmente, ao anoitecer. Na última quinta-feira, a capital registrou a mais baixa temperatura do ano, 9.1ºC, durante a madrugada.
O Inmet prevê dias ainda mais frios esta semana. O meteorologista Hamilton Carvalho observa que essa é uma das características de junho e julho e que o clima está dentro da normalidade do período. “A previsão é que continue da mesma forma, mas ainda tem o mês de julho que pode atingir temperaturas mais baixas. A princípio, a mínima continua em 9ºC no início da manhã e a máxima chega a 27ºC durante a tarde”, explica. Para amenizar o sofrimento de quem mora nas ruas do DF na época mais fria do ano, instituições e voluntários se solidarizam e se movimentam para arrecadar agasalhos e cobertores.
Coleta de roupas
A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) arrecada e entrega agasalhos e cobertores todos os anos durante o inverno. O trabalho é conduzido pela conselheira da OAB Social, Francisca Aires, 71 anos. A entidade conta com o apoio de funcionários e da população para coletar o material e distribuir para comunidades carentes. “A gente queria entregar o quanto antes, mas tem muita gente ainda para ajudar. Alguns decidiram dar o dinheiro e estou comprando cobertores. Vamos estender a campanha um pouco mais”, diz Francisca. Inicialmente, a campanha da entidade terminaria em 30 de junho.
Ajudar o próximo
Maria Baqui, 22 anos, é cofundadora do projeto BSB Invisível que completou um ano em 24 de junho. O desejo de ajudar o próximo é ainda mais antigo. Desde 2010, ela carrega no carro roupas de frio para entregar a alguém que precise. “A gente passa pelas ruas e, às vezes, não observa quem está lá. Essas pessoas se tornam invisíveis. Sou o tipo de gente que dá o próprio casaco para ajudar quem precisa. Comecei isso sozinha. Hoje, com o projeto, somos 20 voluntários”, diz Maria, que é estudante de jornalismo. A ideia do BSB Invisível é tirar a invisibilidade das pessoas em situação de rua, acabar com o preconceito e inseri-las na sociedade.
O perfil do Instagram do projeto tem mais de 10 mil seguidores e conta histórias de moradores de rua. Nesta época, cada integrante do grupo tem a missão de levar agasalhos nos carros e distribuir quando encontrar alguém que necessite. Nos nove anos de trabalho social, a estudante arrecadou mais de 1 mil peças de roupas. “Para nós, é muito gratificante, mesmo sem receber nada em troca”, afirma. “Há pouco, entregamos um agasalho para um homem e ele deu um abraço tão forte no meu namorado, nunca vi um abraço daquele. Ele gritava ‘glória a Deus’ e ficou superfeliz. Muita gente não acredita quando a gente aborda”, completou Maria. A equipe montou vários polos de arrecadação, veja no quadro Pontos de entrega.
Cães e gatos incluídos
Alunos de medicina veterinária do Uniceplac (Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos) voltaram os olhares também para animais abandonados. A campanha deles é arrecadar cobertores e lençóis para proteger os pets do frio. Esta é a primeira edição do projeto em que há a inclusão de bichos, no entanto, a instituição faz a ação de arrecadação de agasalhos para humanos há muitos anos.
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