Número de candidatos LGBTs aumentaram nas eleições de 2020 e comunidade traz reflexões

Andrew Oliveira, autor de “Vazio da forma”, acredita que movimentos sociais e falas de Jair Bolsonaro incentivaram a comunidade LGBTQIA+ se interessar por política

Um levantamento do #VoteLGBT registrou 502 postulantes nas eleições municipais de 2020, sendo 83 eleitos. O aumento nas candidaturas chamou a atenção da comunidade que há anos luta para inclusão de pautas LGBTs nas câmaras. O autor nacional Andrew Oliveira acredita nos fatores positivos para as minorias com a representatividade na legislação e aponta as falas do presidente Jair Bolsonaro e as vozes dos movimentos sociais como um dos principais motivos para o amadurecimento da população com àqueles que vivem à margem da sociedade.

“Com um presidente determinado a fortalecer sua necropolítica e a retirar os poucos direitos que conseguimos conquistar, alimentando o ódio, o regresso e a desinformação.”, disse em entrevista reforçando a importância das candidatas trans serem eleitas em um momento tão emergente no Brasil.

Apesar de ter nascido em Macapá e atualmente viver em São Paulo, Andrew Oliveira cursou Cinema e Audiovisual na UNA (Instituição de Ensino), em Belo Horizonte. Na capital mineira Duda Salabert foi a primeira vereadora trans, e além disso, fez história com votação recorde. Além dela, Linda Brasil (PSOL) se elegeu com maior número de votos em Aracaju também nas eleições de 2020.

Já em São Paulo, Erika Hilton (PSOL) foi a primeira mulher trans eleita a vereadora e o Thammy Miranda (PL) o primeiro homem trans. E apesar de não votar na cidade, Andrew Oliveira ajudou alguns candidatos na divulgação de suas candidaturas, porém reforça que a comunidade LGBTQIA+ não precisa só entrar na política, mas sim, de pautas progressistas que realmente clamem os direitos das minorias.

“Há de se ter cuidado com a ‘representatividade por representatividade’, vejo muita gente usando disso, famosos principalmente, como uma espécie de vitrine, um comercial. E está longe de ser isso. O Brasil ainda é o país que mais mata pessoas transsexuais no mundo, e não é somente porque várias pessoas trans foram eleitas nesse ano que o problema terminou. O trabalho ainda é muito longo e a batalha ainda muito árdua.”, disse em entrevista.

Manifestações promovidas por movimentos sociais também constam como um grande avanço para o interesse da população LGBTQIA+ pela política; a manifestação artística não fica de fora.

“Eu acredito que a arte teve um papel fundamental em potencializar e conscientizar muitas pessoas a respeito dos direitos que ainda bradamos para reivindicar, e isso se refletiu fortemente na conquista política que tivemos esse ano.”, informou Andrew Oliveira, que é autor de “Vazio da Forma”, um drama que levanta reflexões sobre depressão e questões LGBTQIA+.

Sobre Vazio da Forma
Frey, um depressivo pintor atormentado por uma entidade chamada A Sombra, precisa encarar o desaparecimento de sua filha Lírio, lhe catapultando numa imersão de memórias enquanto tenta manter as rédeas do seu casamento com Jacinto, e iniciando além da busca pela filha perdida, uma maneira de recuperar a sua fé nas Três Irmãs, as deusas matriarcais de sua terra natal.

Instagram: @deirdremayfair

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