Nos últimos 5 dias, 18 estados têm alta na média de mortes por Covid-19

Eles tiveram nenhum ou apenas um dia de queda de mais de 15% nos indicadores em comparação aos 14 dias imediatamente anteriores

 

A recente realidade brasileira diante da Covid-19 já acendeu o alerta médico e dos epidemiologistas: os números de novas mortes em decorrência da doença, que estavam em queda, voltaram a subir nas últimas semanas. Nesta última quarta-feira (18/11), por exemplo, a taxa chegou a 613, a mais alta há 43 dias.

De acordo com os números analisados em relação ao balanço do Ministério da Saúde, divulgado nessa terça-feira (18/11), 18 estados brasileiros impulsionam o rastro letal do novo coronavírus nos últimos cinco dias. Isso significa que tiveram nenhum ou apenas um dia de queda de mais de 15% nos indicadores em comparação aos 14 dias imediatamente anteriores.

Em Roraima, por exemplo, o índice das últimas 24 horas subiu 166%, a maior alta do país. Os números por lá estão em ascensão desde o dia 11 de novembro. O Amapá, que sofre com apagão há duas semanas, teve crescimento de 160%. Há oito dias, as variações superam os três dígitos. Para completar o triste pódio, Mato Grosso, com aumento de 120%. O estado registra altas seguidas desde o dia 12.

Das nove unidades federativas restantes, apenas quatro – Sergipe, Ceará, Amazonas e Alagoas – registram quedas seguidas há mais de cinco dias. Em oscilações, com dias melhores e piores, estão os estados restantes. É o caso do Maranhão, que viveu baixas e períodos de estabilidades na última semana.

Veja a situação de cada estado:

 

 

No Twitter, o microbiologista Átila Iamarino, que se tornou uma das principais vozes da ciência sobre o coronavírus no Brasil, analisou o fenômeno. “Acho que temos um aumento de casos. Isso se torna uma segunda onda se não agirmos. Ainda tem férias, ainda tem festas, tem muita demanda por circulação que devem fazer os casos aumentarem”, escreveu.

O professor Paulo Ângelo Alves Resende, do Observatório de Predição e Acompanhamento da Epidemia Covid-19 da Universidade de Brasília (PrEpidemia), também ressaltou que ainda é cedo para se falar de segunda onda. “Esses dados mais recentes têm inconsistências. Precisamos levar em conta dois episódios recentes que podem alterar a nossa percepção: o DataSus, que teve alguns problemas relacionados ao ataque de hackers, e as eleições, que podem gerar uma orquestração de atrasos e represamento das notificações”, explicou. “Não podemos desesperar, mas principalmente, não podemos relaxar,” continuou.

Média móvel

Acompanhar o avanço da pandemia da Covid-19 com base em dados absolutos de morte ou casos está longe do ideal. Isso porque eles podem ter variações diárias muito grandes, principalmente atrasos nos registros. Nos finais de semana, por exemplo, é comum perceber uma redução significativa dos números.

Para reduzir esse efeito e produzir uma visão mais fiel, a média móvel é amplamente utilizada ao redor do mundo. A taxa, então, representa a soma das mortes divulgadas em uma semana dividida por sete. O nome “móvel” é porque varia conforme o total dos óbitos dos sete dias anteriores.

Como analisar os números?

Por conta do tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação dos especialistas: comparar a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. As variações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam estabilidade da doença.

 

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