Morre atriz Nicette Bruno, aos 87 anos

Atriz Nicette Bruno estava internada desde 26 de novembro na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro. Era uma pioneira da televisão brasileira

 

Morreu neste domingo (20/12) a atriz Nicette Bruno. Nicette tinha 87 anos de idade e estava internada com covid-19 na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Nicette morreu por volta das 11h40.

A última novela de Nicette foi Órfãos da terra (2019), na qual viveu Ester. Este ano, ela fez uma participação especial em Éramos seis, remake da novela que ela protagonizou em 1977, na TV Tupi. Nos palcos, Nicette brilhou e vários momentos, como no musical Somos irmãs, ao lado de Suely Franco, com o qual ganhou vários prêmios em 1998.

Nicete Xavier Miessa, conhecida pelo nome artístico Nicette Bruno, nasceu em 1933, em Niterói, no Rio de Janeiro. Filha da atriz Eleonor Bruno e com grande parte da família inserida no meio artístico, ela também decidiu trilhar este caminho. Com apenas 4 anos, participava do programa infantil na Rádio Guanabara, de Alberto Manes. A partir dos 11, iniciou a jornada nas escolas de teatro e aos 14 já era contratada, profissionalmente, pela companhia da atriz Dulcina de Moraes, chamada Dulcina-Odilon.

A estreia nos palcos veio em 1945, com a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Em 1947 ficou marcada com a premiação de medalha de ouro de melhor atriz, que recebeu da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT), pela atuação da personagem Ordella, em A filha de Iório, de Gabriel D’Annunzio.

Nas décadas de 1950 e 1960, Nicette Bruno se consagrou como um dos grandes nomes da área cênica do Brasil. A atriz integrou fortes companhias do país e, em 1958, recebeu o prêmio de melhor atriz da ABCT e do Governo do Estado do Rio de Janeiro pela atuação no espetáculo Pedro Mico, do romancista Antônio Callado.

Casamento

Além do trabalho profissional no teatro, Nicette conheceu o ator Paulo Goulart, futuro marido, em 1952, no Teatro de Alumínio, onde trabalhava no centro de São Paulo. Eles foram casados por 60 anos. Depois de uma dura batalha contra um câncer, ele morreu em 2014 e deixou os três filhos do casal, também atores, Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho.

O casal contribuiu muito para a cultura brasileira. Em 1953, eles fundaram a companhia Teatro Íntimo de Nicette Bruno (Tinb), com a presença dos atores Rubens de Falco, Walmor Chagas e Tônia Carrero. O romance ficou conhecido pelo país, tanto pelo profissionalismo dos atores, como também pelo companheirismo dentro do relacionamento.

Televisão

Os espetáculos de teatro não foram os únicos que tiveram a presença de Nicette Bruno. Conhecida também pelas telenovelas, a atriz estreou em Os fantoches, de 1967, do Ivani Ribeiro. Este era só o início de uma carreira que iniciava na televisão. Na década de 1960, na Rede Tupi e na TV Excelsior, a artista atuou nas novelas A muralha (1968), O meu pé de laranja lima (1970), Rosa dos ventos (1973), Como salvar meu casamento (1979), entre outras.

A trajetória de Nicette Bruno continua na Rede Globo, onde se firmou com muitos trabalhos. Entre eles, estão as novelas Sétimo sentido (1982), Louco amor (1983), Selva de pedra (1986), Rainha da sucata (1990) e Mulheres de areia (1993). A atriz conquistou a nova geração ao interpretar a Dona Benta, na versão do Sítio do pica-pau amarelo de 2001.

Outro grande sucesso de Nicette Bruno foi a personagem Ofélia, na novela Alma gêmea, em 2005. A obra de Walcyr Carrasco é uma com as maiores audiências da Globo no horário das 18h. Além disso, a atriz esteve em Sete pecados, em 2007, do mesmo autor, como Julieta, conhecida como Juju, amor de Romeu.

Em 2013, Nicette Bruno deu vida a uma matriarca portuguesa, Santinha, na novela Joia rara, de Duca Rachid e Thelma Guedes. Em 2020, a artista apareceu como Madre Joana em Éramos seis, novela a qual interpretou Dona Lola em uma versão feita pela Rede Tupi em 1977.

Cinema

A atriz também contribuiu com o cinema brasileiro. Nicette Bruno teve a primeira aparição nas telas por meio do filme Querida Susana, em 1947, dirigido por Alberto Pieralisi. Outras obras em que atuou foram Canto da saudade (1952), Esquina da ilusão (1953), Vila Isabel (1998), Seja o que Deus quiser (2002), A guerra dos Rocha (2008), Doidas e santas (2016) e O avental rosa (2018).

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