Liberação de saque em contas ativas do FGTS ainda é avaliada pelo governo

Técnicos do Ministério da Economia ainda estudam se é viável liberar saques tanto nas contas inativas quanto nas ativas, referentes a contratos de emprego ainda vigentes. Temor é que medida acabe retirando recursos da construção civil

 

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quarta-feira (17/7), durante viagem à Argentina para participar da reunião da Cúpula do Mercosul, a intenção do Ministério da Economia de liberar o saque de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ao falar sobre a medida, o governo levantou a hipóstes de que seja disponibilizados saques tanto de contas inativas (de empregos anteriores do trabalhador) quanto de contas ativas (do emprego atual). Porém,  a liberação nesse último caso ainda está sob análise.
De acordo com uma fonte da equipe econômica, há dois projetos que mudam as regras para o saque do FGTS. Um que permite o resgate também de quantias de contas ativas e outro que limita os saques às contas inativas, ou seja, referentes a contratos de emprego já desfeitos. Ambos foram entregues ao presidente Bolsonaro, a quem caberá bater o martelo sobre qual será enviado para o Congresso Nacional.
Até a noite de quarta-feira, a equipe técnica do Ministério da Economia ainda analisava qual seria o melhor texto para que a quantia retirada do FGTS não colocasse em risco o setor de construção civil, uma vez que os recursos do fundo são usados para financiar programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida.
Segundo Bolsonaro, a decisão e o detalhamento do programa, que pode ainda incluir mudanças no saque em casos de demissão sem justa causa, deve ser anunciados ainda esta semana. Prestes a completar 200 dias de gestão, no próximo sábado, o Palácio do Planalto tem pressa para tirar do papel medidas que incentivem o consumo, podendo divulgar as condições ainda nesta quinta-feira (18/7).
Segundo disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, a liberação de parte dos recursos do FGTS deve injetar até R$ 42 bilhões na atividade econômica. O governo também vai permitir saques de recursos do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), somando mais R$ 21 bilhões. Técnicos, entretanto, durante os últimos estudos, calculam que os saques ficarão mais próximos de R$ 30 bilhões, dada a preocupação com o setor de construção civil.

Avanço em relação a Temer

A decisão de flexibilizar os saques se espelhou no governo Michel Temer, mas parte da equipe econômica pretende avançar na medida, permitindo, também, a retirada das contas ativas. Em 2017, o então Ministério do Planejamento permitiu que 16,6 milhões de pessoas retirassem R$ 43 bilhões das contas inativas do FGTS.
De acordo com a economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), 25% dos recursos liberados em 2017 pelo FGTS resultaram em consumo — R$ 10,8 bilhões. “Isso correspondeu a um aumento de 1,4% no varejo no período de março a julho, quando os saques foram possíveis”, disse. “Se a medida for confirmada, será positivo, porque os resultados na economia estão aquém do esperado.
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