Ele exigia que as vítimas assinassem um contrato de escravidão. Além disso, elas teriam que gravar um vídeo concordando com as cláusulas
Roney Shelb (foto principal), 30 anos, preso por manter mais de 100 mulheres como escravas sexuais, fez vítimas no Distrito Federal. O suspeito foi preso em Juatuba, região metropolitana de Belo Horizonte. O crime foi praticado em dezenas de cidades, em 12 estados do país e o DF. Com Shelb, foram apreendidos diversos materiais, entre eles computador, notebook, tablet, celulares, chips telefônicos, pendrives e CDs, além de vários objetos e produtos eróticos e pornográficos. Entre os vídeos havia a prática de zoofilia (sexo com animais).
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio de diferentes redes sociais, o suspeito atraía mulheres para serem “Sugar Baby” ou “Suggar Babbies”, expressão utilizada para designar relacionamentos por interesse financeiro. O homem chegava a oferecer pagamentos que variavam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil para ter acesso a fotos íntimas, as “nudes” — estão sendo analisados pelo menos 1.600 contatos telefônicos feitos por ele.
O delegado responsável pelo caso, Magno Machado Nogueira, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes (DEF), detalhou o modus operandi. “Após os primeiros contatos, o indivíduo conseguia imagens íntimas das mulheres, oportunidade em que ele iniciava as extorsões. Após serem ameaçadas, o autor obrigava as vítimas a enviarem vídeos eróticos e a se encontrarem com ele, praticando uma série de estupros” afirmou. A prisão ocorreu em 2 de outubro.
Uma das vítimas contou à polícia que o homem a mandou sair na rua para ter relação sexual com o primeiro homem que encontrasse. Ela teria que filmar e enviar o vídeo para ele.
Durante as apurações, foi possível identificar que o criminoso exigia que as vítimas assinassem um contrato de escravidão. Além de assinar o documento, as mulheres teriam que gravar um vídeo confirmando que estariam de acordo com as cláusulas. Já foram identificadas mais de cem vítimas, todas do sexo feminino, sendo mulheres e adolescentes.
Roney Shelb mantinha um banco de dados com informações pessoais das vítimas, com fotos, vídeos e informações de familiares. Ele possuía a senha das redes sociais das mulheres, conseguindo total controle psicológico por meio de graves ameaças. O próprio suspeito controlava cinco perfis diferentes próprios na internet, além de aplicativos de trocas de mensagens.
“Além dos diversos estupros, o homem praticava vários atos de sadismo, visando puramente o sofrimento e o desespero de suas vítimas”, ressaltou o delegado Magno Nogueira. “Eram determinadas ações constrangedoras para as vítimas, como a realização de sexo com cães e homens aleatórios em ruas, e exigido que elas filmassem todos os atos para, depois, encaminhá-lo”, completou. Nos contratos, existiria até cláusulas que o autorizava a agredir a vítima em qualquer momento.