Febre hemorrágica: Ministério da Saúde monitora 150 pessoas

Profissionais de saúde que tiveram contato com o paciente que morreu serão acompanhados até o começo de fevereiro

 

O secretário substituto de Vigilância em Saúde, Julio Croda, do Ministério da Saúde, afirmou que até agora 150 pessoas estão sendo acompanhadas por terem tido contato com o paciente que morreu em decorrência da febre hemorrágica brasileira, em São Paulo.

A maioria é composta por profissionais de saúde que tiveram contato com o paciente. O acompanhamento vai até o dia 03/02/2020, 21 dias após o óbito. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem são o grupo de maior atenção, pois muitos tiveram contato com fluidos do paciente. A família está no grupo de menor risco por já ter passado mais tempo sem sintomas. O acompanhamento está sendo feito diariamente, por telefone, e nenhuma das pessoas manifestou sinais da doença até agora.

O secretário substituto afirma que os riscos de contágio para a população são mínimos dentro do seguinte cenário: não houve casos da doença registrados nos últimos 20 anos, o vírus não permanece vivo por muito tempo no ambiente e não é comum que apareça em roedores selvagens. Sem capturar o roedor (algo difícil, uma vez que o animal está solto na natureza), é difícil definir mais detalhes sobre o arenavírus.

“A nossa hipótese é que não é um vírus comum, a transmissão não ocorre regularmente. O vírus foi identificado desta vez porque aconteceu dentro de um projeto específico para hepatites virais. Nesse projeto, pacientes que não têm diagnóstico estabelecido vão para uma técnica especial. Essa oportunidade de fazermos uma vigilância mais ativa com técnicas mais avançadas permitiu que se identificasse o vírus”, afirma Croda.

“É importante que, em termos de vigilância, óbitos não esclarecidos tenham um olhar especial para identificar a causa de morte para que possamos encontrar o vírus mais precocemente, assim como novas bactérias que possam ter impacto na saúde pública”, explica.

Apesar de o boletim epidemiológico do ministério ter dito que o vírus identificado é “novo”, Croda explica que ele é uma variação do Sabiá: apenas vírus com, no mínimo, 12% de diferença podem ser considerados novas espécies, o que não acontece nessa situação. O vírus que matou o paciente de Sorocaba é apenas 10% diferente do Sabiá. “É natural que ocorra uma mutação em vírus de RNA, é uma evolução esperada”, diz.

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