Estudos mostram que vício em açúcar pode ser mais compulsório do que de drogas, álcool e tabaco

Cientistas apontam que ser humano é condicionado a desejar alta quantidade de alimentos doces em sua dieta desde seu nascimento

 

Com o novo coronavírus e o isolamento social, os níveis de estresse e ansiedade da população aumentaram. As pessoas passam a ingerir mais doces ou alimentos com altos níveis de açúcar para amenizar a sensação de aflição. Porém o que era para ser apenas um hábito alimentar está se tornando uma compulsão maior do que o vício por drogas.

 

Estudos promovidos por David Linden, professor de neurociência da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, nos Estados Unidos, mostram que os seres humanos são programados desde o seu nascimento a identificar o que lhe é prazeroso e desejar saciar esse prazer. Gostar de doce foi um dos pontos do estudo.

 

A criança tem acesso ao leite materno, que é adocicado, e já começa a viciar-se no açúcar e querer ingerir cada vez mais doces. A explicação científica é que, ao comer doces, o nosso cérebro libera opioides – substâncias químicas produzidas pelo nosso organismo –, que proporcionam a sensação de satisfação e prazer.

 

A partir do momento em que o cérebro identifica a entrada de substâncias que trazem essa sensação, ele passa a pedir uma demanda cada vez maior de opioides, dando início ao vício por açúcar.

 

Esse incentivo à ingestão de doces faz com que passemos a comer mais alimentos açucarados do que o que realmente precisamos. A pessoa sacia-se com o açúcar, mas logo a sensação de plenitude passa e o ciclo se inicia novamente. O vício torna-se tão forte que pode ser equiparado, ou até mesmo superior, ao alcoolismo e tabagismo.

 

Pesquisadores das universidades de Princeton e Minnesota, nos Estados Unidos, realizaram um estudo com ratos de laboratório para provar a compulsão e a abstinência gerada pelo açúcar. Os camundongos sentiram-se mais atraídos e viciados pela sacarose do que pela cocaína, mesmo os que já eram dependentes da droga.

 

Os picos glicêmicos gerados por essa compulsão podem ser prejudiciais ao organismo, prejudicando a saúde da pessoa. O pâncreas fica sobrecarregado, pois passa a ser constantemente estimulado a produzir insulina, e criam-se estoques de gordura, aumentando as chances de desenvolver diabetes e obesidade.

 

Não é fácil perceber ou identificar um vício. No caso do açúcar, experimente abster-se de doces por um dia e observe o seu comportamento. Se sentir que ficou mais irritado, nervoso, ansioso ou com dor de cabeça, pode ser que você já esteja compulsivo.

 

Retirar todo o doce da dieta é muito difícil, pois muitos alimentos – até mesmo salgados – possuem sacarose em sua composição. O ideal é tentar balancear a sua rotina, bebendo mais água, ingerindo mais proteínas e até mesmo procurando receitas mais saudáveis de sobremesas.

 

Um exemplo de sobremesa mais saudável é o sorbet de banana e amendoim, feito com pedaços de frutas congeladas no refrigerador e batidas. Em seguida, o alimento pode ser armazenado na geladeira ou no congelador, sendo um bom substituto do sorvete tradicional.

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