Estudante denuncia reitor de universidade federal por perseguição ideológica

O filme “1964: entre armas e livros” seria exibido em abril deste ano, mas a reitoria suspendeu o evento

 

O estudante de Engenharia Agrícola da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Thiago Trindade, de 26 anos, denunciou o reitor da universidade, Márcio Eduardo de Barros, ao Ministério da Educação (MEC). Ele alega ter sofrido perseguição ideológica, censura política, tolhimento da liberdade de expressão e abuso de autoridade.

O caso aconteceu em abril deste ano, quando o universitário tentou exibir, em uma sessão pública no auditório da UFGD, o filme “1964: entre armas e livros”, produzido pelo Brasil Paralelo.

De acordo com o estudante, após se inscrever junto aos produtores, ele conseguiu autorização para exibir o filme na universidade. Ele, que também administra a página de Facebook UFGD Conservadora, disse que era um anseio dos seguidores.

Então, Thiago procurou a universidade para reservar o cineauditório – um espaço grande, destinado ao tipo de evento proposto. Com a autorização, agendou a sessão de filme para o dia 7 de abril, um domingo.

Considerando a temática da obra, que o universitário resumiu como “outra versão da história, ocultada pela academia”, ele afirma que chegou a pedir auxílio das polícias Militar e Federal, além da Guarda Municipal, para fazer a segurança do evento.

Mas a sessão nunca aconteceu. Isso porque, em um email encaminhado na sexta-feira anterior (5), a reitoria suspendeu a autorização de uso da sala. “A alegação da reitoria de que não havia segurança para ser feito o evento era completamente mentirosa”, disse Thiago, ao LIVRE.

Para tentar garantir a exibição, o estudante ainda protocolou um mandado de segurança na Justiça Federal, que teve a liminar indeferida pelo juiz Moisés Rodrigues da Silva.

O magistrado considerou que não ficou demonstrado que as medidas seriam suficientes para “coibir confrontos com os estudantes de esquerda de fariam os protestos”, escreveu ele na decisão judicial.

Imbróglio com professores

Antes que a reitoria resolvesse cancelar a exibição do filme sobre o Regime Militar, o Conselho Universitário (Couni) se reuniu. Representantes do corpo docente e da administração teriam debatido sobre a obra por cerca de duas horas.

“Em uma das falas, um professor mais exaltado insinuou que fôssemos racistas, fascistas, apoiadores de ditadura”, destaca Thiago.

Segundo o estudante, as difamações ficaram gravadas em vídeo. Diante do caso, ele denunciou, no último dia 2, o professor à Polícia Federal.

Por conta das acusações, Thiago também levou o caso ao Ministério da Educação, que até o momento não se manifestou.

“O boicote e a censura perpetrados por estudantes, professores e servidores de uma universidade pública federal, por motivos político-ideológicos, é crime e afronta direta à Constituição do país, devendo tal fato ser apurado pelo Ministério da Educação e os responsáveis devidamente punidos, na forma da lei”, escreveu o universitário em sua denúncia.

Outro lado

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da universidade, que até o momento da publicação desta matéria não retornou o contato.

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