A engenheira civil Renata Fialkoski desenvolveu um estudo sobre a cobertura da plataforma superior e identificou diversos problemas que permaneceram sem correção
A ameaça de desabamento não é nova. Há ao menos três anos, a estrutura era questionada. Em 2016, a engenheira civil Renata Fialkoski desenvolveu um estudo sobre a cobertura da plataforma superior e identificou diversos problemas que permanecem sem correção. A análise foi o trabalho de conclusão de curso da então estudante. “Após 56 anos de existência, (a estrutura) apresenta várias manifestações patológicas, deformações excessivas, e um grande desconforto visual, causando intensa sensação de insegurança aos usuários”, resumiu Renata na publicação.
Ela destaca o desplacamento do mármore que revestia as 21 fachadas da laje, que também tem alterações de balanço devido ao acúmulo de água no topo da cobertura; corrosão da ligação do pilar metálico com a laje e buracos no forro. A engenheira analisou diferentes sistemas estruturais para a execução da cobertura e propôs seis modelos com três tipologias distintas, todos dimensionados com softwares computacionais.
Renata também fez inspeções visuais e verificações in loco. “Apesar das várias manifestações patológicas desde a construção, somente em 1981, ou seja, 21 anos depois da conclusão da obra, que começaram a ser realizadas vistorias técnicas de manutenção”, destacou. Ela afirma ainda que os mesmos problemas observados em 2016 são os apontados no último relatório da Novacap.
Segundo ela, é necessária a demolição da edificação e construção de uma nova estrutura em aço. “Como a espessura das fissuras nas vigas (que sustentam a cobertura da plataforma) quase triplicou recentemente, além das outras manifestações patológicas, a estrutura tem risco de colapso estrutural”, alerta.
Para o estudo, Renata se baseou em um laudo da Novacap concluído em 2014 e assinado pelo mesmo engenheiro que fez a análise mais recente e motivou a interdição. À época, já havia sido atestada a necessidade da troca da estrutura da cobertura da plataforma superior. “Um dos principais motivos apontados foi a falência do sistema estrutural adotado na última reforma, resultando em deformações excessivas e, consequentemente, no acúmulo de água na face superior”, destaca Renata.
A Secretaria de Obras não soube informar o motivo de nada ter sido feito à época, uma vez que a análise foi entregue na gestão passada.
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