Em dois dias, estudantes participam de atividades do Na Praia Social

Com programa que inclui metas de doação de alimentos, geração de empregos e economia de água, o Na Praia quer se adequar a padrões de sustentabilidade

 

Elas esperavam chegar à beira do Lago Paranoá, sentar embaixo de uma árvore e participar de alguma oficina. Contudo, o cenário que encontraram era completamente diferente. “É muito realista, como se estivesse dentro de um filme”, descreveu a estudante do Centro Educacional 1 do Itapoã, Amanda Salazar Brandão, de 12 anos. “É muito melhor e mais bonito do que vimos na televisão”, completou a amiga Maiara Lopes Barbosa, 11.
Ao lado da turma e de 1.600 crianças, entre esta quinta-feira (5/9) e a última quarta-feira (4/9), as estudantes participaram das atividades do Na Praia Social. Apesar do calor e do clima seco da capital federal, nada espantou a alegria e a empolgação dos estudantes brasilienses em conhecer o tão famoso complexo. Para recebê-los, artistas performáticos e todas as cores do universo mexicano construído pela R2 Produções, empresa responsável pelo evento.
No local destinado às festas, as crianças de 10 a 12 anos de várias escolas da rede pública de ensino do DF escolheram seu lugar ao sol na areia, com direito a viseira, chinelo de dedo e suco de laranja integral. A iniciativa acontece desde 2015 e, a cada ano, ganha corpo e novos apoiadores. Este ano, a ação teve o apoio da Secretaria de Educação do DF, do Gabinete da Primeira-Dama do Distrito Federal, do Instituto Lasneaux e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Durante toda a tarde, meninos e meninas participaram de gincanas, oficina de instrumentos musicais, teatro com Néia e Nando e outras atividades baseadas nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre as brincadeiras preferidas, estavam as dinâmicas com bambolê e perguntas sobre questões de gênero e trabalho em equipe, por exemplo, e a exposição de alunos da Universidade de Brasília (UnB) sobre animais e plantas do cerrado. Para as crianças, foi uma forma de estudar o que aprendem em sala de aula de maneira diferente e lúdica.
Apesar de não ter curtido o Lago Paranoá como esperado, Clara Luanny Melo Lopes, 12, estudante do Centro Educacional do Lago Norte, não se decepcionou. Ela e as amigas estavam encantadas com a estrutura e a imensidão da cenografia, que abraçava as estudantes. “Também o jeito que eles tratam a gente, fomos muito bem tratados”, pontuou Maria Eduarda Rocha Lacerda, 13 anos. Para uma das professoras que acompanhava a turma de Clara, a oportunidade de apresentar uma outra realidade para os adolescentes é imperdível, sobretudo para uma maioria que vive em situação vulnerável.

Legado

O Na Praia Social integra o braço de sustentabilidade do evento. “A gente tinha uma vontade genérica que o Na Praia fosse um meio para fazer o bem e o meio que a gente encontrou, em 2015, para fazer isso foi com o Na Praia Social. Ele é até mais antigo que a própria sustentabilidade. É a principal ferramenta de democratização do acesso. Sabemos que é um evento que tem um valor para entrar, tem um valor de consumo que nem todo mundo pode pagar, então é uma forma de devolver um pouco, abrir as portas do evento para quem não teria oportunidade de estar aqui e, inclusive, realizamos o sonho de pessoas de vir conhecer uma praia, ainda que artificial”, explicou o diretor de sustentabilidade do Na Praia e um dos idealizadores do projeto, Francisco Nilson Moreira. Até hoje, a ação atendeu a mais de 10 mil pessoas, incluindo crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Disposta a fechar projetos com grandes produtores de eventos locais, a primeira-dama do DF, Mayara Noronha, encontrou na R2 uma parceira importante. “Vejo que é uma forma de estimular as crianças a sonhar e poder verificar que é possível, sim, ter momentos de lazer como a classe média e a classe alta”, comentou. Acompanhada de sua equipe, ela visitou o complexo e conheceu as ações de sustentabilidade promovidas pela produtora. “Se a gente conseguir disseminar essa informação e mostrar para as nossas crianças o futuro da nossa nação, que é possível fazer evento sem trazer prejuízo para o meio ambiente, é o nosso futuro, é o futuro da nossa geração”, resumiu.
Desde 2017, o Na Praia é reconhecido mundialmente como o maior evento lixo zero e aposta em diferentes pilares nesse aspecto. Para este ano, quase todas as metas serão atingidas. “Ficou muito claro o apoio que a gente tem da população do DF em relação ao evento. Foi muito legal ver a mobilização espontânea da #napraiaeuapoio (campanha on-line que surgiu após a notícia da interdição do complexo). Ficamos muito felizes e honrados pelo apoio e o carinho que descobrimos que a cidade tem pelo evento. Recebemos, também, um número recorde de visitas guiadas”, contou Moreira.
Para a próxima edição, a produção vislumbra novos desafios. Contudo, para o diretor de sustentabilidade do evento, o maior deles é a conscientização do público. “Queremos consolidar a ideia da sustentabilidade no imaginário das pessoas. Assim como querem descobrir a cenografia, que venham para descobrir as ações de sustentabilidade, que isso mexa com a autoestima da cidade e entre, de fato, no cotidiano do brasiliense”, pontuou Francisco Nilson Moreira.

Na Praia em números

» Doação de alimentos: 140 toneladas até o último fim de semana. Meta é de 150, o que representa 750 mil refeições distribuídas;
» Postos de emprego gerados: 2.600 por final de semana, como postos diretos, e 4.000 credenciados totais;
» Porcentagem de desvio de aterro: 96,21% até o último fim de semana. Meta é de 98%;
» Economia de água: 700 mil litros até o último fim de semana. Meta é de 1 milhão;
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