A relação dos jovens com o dinheiro não é nada simples, sobretudo quando se trata da população negra e das camadas mais pobres da sociedade.
Em São Paulo, entre a galera de 16 a 24 anos, 37% já está endividada e 28% não consegue juntar dinheiro. Apenas 36% admite ter uma boa relação com o dinheiro, número que cai para 20% entre os jovens negros. Em comum, nenhum respondente aprendeu educação financeira na escola.
A faixa etária da pesquisa compreende grande parcela dos jovens que acabou de entrar no mercado de trabalho. Sem o conhecimento adequado, eles estão a mercê das armadilhas financeiras, comprando qualquer coisa sem planejamento e sem considerar o futuro.
Atenta a essa realidade, a economista Gabriela Mendes Chaves criou a NoFront – Empoderamento financeiro, uma plataforma para compartilhar educação financeira e temas relacionados ao dinheiro com quem mais precisa, ou seja, a população vulnerável. Ela acredita que a educação financeira é fundamental desde a infância para que, no momento de ingresso no mercado de trabalho, o jovem possa realizar boas escolhas.
De acordo com Gabriela, nessa etapa, muitos jovens não possuem uma reserva financeira. Quando começam a trabalhar, acabam se endividando para comprar, por exemplo roupas para o trabalho. Quando esse tipo de dívida é contraída, ela aconselha “É importante realizar um plano de pagamento das dívidas que seja compatível com a realidade”.
Além disso, para que possam realizar seus sonhos e planejar o futuro, a recomendação continua sendo investir a partir de 20% do salário. Se o hábito for estabelecido desde a primeira remuneração, será mais fácil manter a disciplina.
E com relação a começar a juntar dinheiro, será que dá, mesmo ganhando pouco ou começando a carreira? Para Gabriela, sim. A organização financeira é a principal arma para vencer esta batalha. “Sempre falo para os meus alunos: Não espere o futuro para mudar a sua vida, porque o seu futuro vai ser consequência do presente”.
Outro ponto que Gabriela ratifica é a priorização da educação financeira. “Ela é fundamental desde a infância, para que no momento de ingresso no mercado de trabalho essa pessoa consiga realizar as melhores escolhas”.