Doe órgãos: mais que um ato solidário, também é forma de amar

Campanha Setembro Verde busca conscientizar população acerca da importância de doar órgãos e tecidos

 

“Mais que um ato de caridade. É um gesto de amor, uma atitude que salva vidas”, é assim que o médico urologista do Hospital Anchieta de Brasília, Thiago Vilela, descreve a doação de órgãos. Como revela o profissional, no Brasil, mais de 40 mil brasileiros aguardam por um doador, e por isso é extremamente importante conscientizar as pessoas acerca da importância de doar órgãos e tecidos. “Um único doador, pode salvar mais de uma pessoa, indivíduos que necessitam de diferentes partes”, acrescenta o especialista em transplante renal.

Por esse motivo, no mês de setembro, ocorre a chamada Campanha do Setembro Verde, criada para celebrar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, no dia 27 deste mês. “A doação de órgãos é a única esperança de vida para muitos pacientes que aguardam pelo transplante. As Campanhas de conscientização e incentivo à doação são uma oportunidade para se conversar sobre o assunto, esclarecer dúvidas, incentivar que as pessoas se declarem doadoras”, comenta Camila Hirata, diretora da Central Estadual de Transplantes do DF (CET).

Sendo o país com o maior sistema público de transplantes do mundo, o Brasil realiza cerca de 90% dos transplantes através do Sistema Único de Saúde. Existe, aqui, uma legislação que regula todo o processo de doação, captação e transplantes de órgãos e tecidos.

Se tratando do DF, tal destaque é ainda maior. Realizando transplantes de córnea, tecido esquelético, medula óssea, rim, fígado e coração, em hospitais hospitais da rede pública, conveniados e da rede privada, a capital já realizou, somente neste ano, 448 transplantes. Destes, 235 foram de córnea. “O DF possui um lugar de evidência no cenário nacional. O número de transplantes por milhão de população está acima da média do país”, pontua Camila. Na região, o Instituto de Cardiologia é referência em transplante de coração para pacientes não apenas locais, mas também de outros estados, principalmente das regiões Norte e Centro-Oeste. “Somente nesta unidade são realizados transplantes de coração, fígado e medula óssea no DF pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, completa.

Segundo a diretora da CET, nos próximos meses, o foco será no fortalecimento das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTTs, que são as principais responsáveis pelo necessário aumento no número de doadores.

Procedimento sério e muito detalhado

Conforme esclarece Thiago Vilela, no Brasil, a doação de órgãos só acontece após a autorização familiar, sendo estes cônjuges ou parentes até 2 grau. “Esses responsáveis devem ter consciência se a pessoa queria ser doadora ou não”, salienta o urologista. No entanto, nem todo transplante precisa ser feito a partir de um doador falecido. O profissional explica que alguns órgãos como fígado, medula óssea e rins podem ser transplantados de um doador vivo. “No caso do transplante renal, deve ser algum familiar e não pode ser alguém com problema de saúde, pois este deve ter condições físicas de se manter com apenas um rim”, aclara.

Até a efetivação do procedimento, um detalhado processo burocrático é necessário. Como desenvolve Thiago, antes de tudo, o paciente que necessita do transplante é encaminhado a realização de exames. Estes resultados, por sua vez, serão organizados em um programa informatizado. É esse sistema que registra e disponibiliza os doadores de órgãos e os resultados dos exames do receptor. Para segurança, os laboratórios realizam exames que comprovam a compatibilidade. Isto feito, os receptores são submetidos à uma avaliação, para garantir que este se encontra em condições de receber o órgão.

Saiba Mais

De acordo com o secretário de Saúde, general Pafiadache, a doação de órgãos e tecidos é prioridade para a Secretaria de Saúde do DF. “O GDF já se projeta no cenário nacional em números de cirurgias realizadas e está acima da média nacional em transplantes realizados de coração, fígado, rim, córnea e medula óssea”, declara. Em Brasília, as entidades competentes para realizar o procedimento são o Hospital de Base, Hospital Universitário, Hospital da Criança, Instituto de Cardiologia, Hospital Brasília, Hospital DF Star, Hospital Sírio-Libanês e Hospital Santa Lúcia.

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