Distribuidoras no DF não repassam baixa na gasolina, dizem postos

Donos de comércio na cidade afirmam que que grandes empresas represam as quedas de preços da Petrobras

 

Uma análise feita com base nos preços dos combustíveis vendidos pelas distribuidoras, em relação àqueles vistos nas bombas dos postos do Distrito Federal, mostra que as distribuidoras têm aumentando as margens de lucro desde o dia 30 de março e não repassam toda a queda de custos para as revendas.

No mesmo período, as usinas de etanol anidro reduziram os preços em 0,6492 centavos.

Porém, nos últimos sete dias, é possível perceber, o aumento de 0,12 centavos na margem de lucro das distribuidoras. Ou seja, elas não repassaram toda a queda de custos às revendas. Confira as imagens abaixo:

Empresários do setor acreditam que isso ocorreu devido à queda do volume de comercialização. As distribuidoras decidiram manter o lucro compensando o volume de vendas.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis), Paulo Tavares, disse que sempre informa aos associados a variação de preços no mercado. O objetivo é que os revendedores tenham ciência de que a queda de preço no mercado, feita pelas refinarias, está sendo repassada para eles.

“Percebemos que não foi repassada toda a queda. Provavelmente por causa da queda de vendas, as distribuidoras aumentaram a margem para recompor seu caixa”, explica Tavares.

Economista

De acordo com a análise do economista Roberto Piscitelli, pode se dizer que houve redução do preço da gasolina nas bombas. Entretanto, a queda não foi proporcional para o consumidor.

“Não caiu nas mesmas proporções que deveria se os outros elos da cadeia tivessem reduzido os preços como ocorrido com as refinarias”, explicou. Para ele, na realidade, os distribuidores, em maior proporção, e os revendedores se beneficiaram.

“Os distribuidores mais do que duplicaram a margem de lucro. A pergunta que eu me faria é se o consumo da gasolina se reduziu à metade para justificar a duplicação da margem de lucro das distribuidoras”, questionou.

Segundo ele, os postos também aumentaram numa proporção pequena, o que é justificável. “A quantidade de consumo, sem dúvida nenhuma, diminuiu. Mas não na proporção em que as distribuidoras procuram justificar o aumento da margem de lucro”, concluiu.

Em nota, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), informou que os preços dos combustíveis estão liberados no Brasil desde 2002 e que a ANP não comenta as variações.

A reportagem entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), mas até a publicação do texto não havia recebido resposta para a demanda.

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