DF volta a criar empregos pelo terceiro mês seguido, informa Caged!

O cenário aponta para uma possível recuperação do mercado e maior criação de vagas

 

Pelo terceiro mês consecutivo, desde o início da pandemia da covid-19, o Distrito Federal registrou um saldo positivo na criação de empregos formais. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em setembro, o saldo foi de 2,7 mil vagas formais ocupadas na capital federal. Neste cenário, especialistas consideram que o mercado de trabalho do DF começa a reagir, mas que ainda é necessário ter atenção aos índices de desemprego da região.

César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), afirma que os dados podem ser vistos como positivos. “Os números demonstram uma gradativa recuperação do mercado de trabalho brasiliense, uma vez que abril e maio foram tão ruins para a economia de forma geral”, declara. Ele explica que o saldo positivo demonstra que o número de admissões foi maior do que o de demissões. “É uma reação dos setores à reabertura. As empresas que demitiram pessoas no início da pandemia estão recontratando”, complementa Bergo.

Após o início da crise sanitária, este saldo ficou negativo por quatro meses, atingindo, em abril, uma queda de 15 mil na criação de empregos formais. No entanto, em julho, o número voltou a ser positivo e, até setembro, resultou em um acumulado de 7.112 novas vagas. César Bergo considera que a quantidade de pessoas admitidas nos últimos três meses faz parte de uma recuperação da economia, mas acredita que ainda é cedo para afirmar que a crise acabou. “Novembro e dezembro também devem registrar um aumento no número de vagas preenchidas. Porém, só poderemos ter certeza de que caminhamos para uma retomada econômica após o primeiro trimestre de 2021”, completa.

Francisco Célio Ribeiro, 40 anos, foi um dos brasilienses que conseguiram um emprego formal nos últimos três meses. Após ser desligado do antigo emprego de chef de cozinha em uma rede de hotéis, ele ficou 90 dias desempregado. “As portas estavam fechadas e eram poucas vagas disponíveis”, considera. Apenas em julho, por meio da indicação de um conhecido, ele assumiu o cargo de subchef em um restaurante de outra rede de hotéis da região. O morador de Ceilândia reconhece a importância de ter um emprego fixo e formal, principalmente durante a pandemia. “As contas não param. Essa crise afetou todo mundo e estou muito feliz por ter conseguido uma vaga, pois conheço diversas pessoas que estão com dificuldade para se realocar no mercado”, explica.

Desemprego

Acompanhando os bons números de vagas formais, o número de desempregados no DF apresentou queda no último mês. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego, divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), 288 mil brasilienses estavam desempregados em setembro. O número é 0,7% menor do que o registrado no mês anterior e está 2,3% abaixo do índice assinalado em abril.

Apesar da melhora, o número de desocupados é grande e preocupa. Francisco Antônio Coelho, professor do departamento de administração da Universidade de Brasília (UnB), afirma que para que os índices continuem a crescer é preciso investir em políticas públicas de incentivo às empresas particulares. “Incentivos fiscais e tributários são essenciais para que os negócios continuem gerando empregos e mantendo os empregados. Também é importante proporcionar políticas públicas de qualificação, pois quanto mais qualificadas, mais oportunidades as pessoas têm no mercado de trabalho. Além disso, é indicado investir na regularização dos empregados informais”, completa.

Diante dos dados, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Trabalho (Setrab), afirma que o grande desafio é a formalização e a qualificação profissional. A pasta lançará, ainda em novembro, o programa Renova, que qualificará cerca de três mil pessoas nas áreas de carpintaria, jardinagem, eletricista, encanador, serralheria e pedreiro. Além de se qualificar, o aluno receberá uma bolsa de R$ 1.045 e poderá atuar em espaços públicos, revitalizando os equipamentos, como praças e jardins. Outro programa citado pelo governo é o Prospera, que, neste ano, emprestou mais de R$ 6 milhões em carta de crédito aos microempreendedores.

Empregos formais

*Saldo de vagas (admissões menos demissões)

» Janeiro  199
» Fevereiro  4.186
» Março  -8.348
» Abril  -15.340
» Maio -5.115
» Junho  -2.547
» Julho  960
» Agosto  3.421
» Setembro  2.731

Fonte: Caged, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Ministério da Economia

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