CRÉDITO CARO E DIFÍCIL ATRAPALHA CRESCIMENTO

Empresas brasileiras adiam investimentos, deixam de criar empregos e até recusam pedidos de clientes porque enfrentam obstáculos para obter financiamento.

 

 

A dificuldade de acesso e o alto custo do crédito no Brasil inviabilizam projetos e comprometem o sucesso das empresas e o crescimento do país.
Foi depois das frustrações com pedidos de empréstimos para investimentos que o empresário Alexandre Costa Moreira, diretor da Softway, revisou planos de expansão dos negócios e de contratação de empregados.
 “Poderia ter gerado três vezes mais empregos se tivesse conseguido os empréstimos e feito os investimentos como estava planejado inicialmente”, afirma Moreira.
Instalada em Brasília há 27 anos, a Softway emprega 30 pessoas e desenvolve softwares e sistemas de gestão empresarial. Em 2002, a empresa buscou um financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO) para construir a nova sede no terreno adquirido com incentivos Pró-DF no Distrito Industrial Bernardo Sayão, em Brasília.
“Juntamos os documentos, tínhamos as garantias exigidas. Depois de quatro meses, o banco avisou que as regras tinham mudado. Recomeçamos o processo. Um ano se passou e recebemos a resposta sobre o pedido”, lembra Moreira.
EXCESSO DE BUROCRACIA E DE GARANTIAS REAIS
O sentimento do diretor da Softway é o mesmo dos demais empresários brasileiros. A pesquisa Crédito de Curto e Longo Prazos, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que as taxas de juros elevadas, as exigências de garantias reais e a burocracia são os principais obstáculos enfrentados pelos empresários que precisam de crédito de longo prazo no Brasil. “O difícil acesso e o elevado custo do capital são dois grandes entraves ao crescimento e ao desenvolvimento da indústria brasileira”, afirma a pesquisa, que ouviu 1.770 empresas industriais de todo o país em abril deste ano.
“A informação que passam em um dia já não vale ou muda no outro. A confusão é grande”, afirma Juliana, sócia e responsável pela área de marketing da Serrana Embalagens. A indústria, com 20 anos de atuação no mercado, emprega 21 pessoas e produz sacarias e embalagens de grande porte para grãos, minerais e outros produtos no município de Serra, no Espírito Santo.
“Sem financiamento, deixamos de investir em tecnologia, abrimos mão de patentear inovações, de desenvolver produtos novos e de treinar a equipe”, conta Juliana. “Nosso produto começou a ficar com custo mais elevado do que o valor de mercado. Tivemos que abrir mão da margem de lucro para nos manter no mercado”, afirma a empresária.
Na avaliação da CNI, o Brasil só crescerá de forma sustentável se adequar o custo financeiro do investimento à rentabilidade dos projetos empresariais.
fonte: portaldaindustria/cni
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