Conheça a história do Lago Paranoá, que completa 60 anos nesta quinta

Um dos principais pontos turísticos de Brasília carrega mais do que beleza. Em 12 de setembro de 1959, o Lago Paranoá começou a se formar, mas esse é só um aspecto da rica história do local

 

“É fácil compreender que, fechando essa brecha com uma obra de arte, forçosamente a água tornará ao seu lugar primitivo e formará um lago navegável em todos os sentidos, num comprimento de 20 a 25 quilômetros”. A afirmação foi escrita em 1895 pelo francês Auguste François Marie Glaziou, engenheiro e botânico que fez pesquisas na área onde seria construído o Lago Paranoá. Já em 1959, Juscelino Kubitschek fechou a barragem do Paranoá e viu, na presença de uma multidão, o lago começar a se formar. Aquele momento histórico para Brasília, idealizado desde o século XIX, completa hoje 60 anos.

Seja para dar um mergulho, ter um dia de tranquilidade com os pés na água, respirar um ar mais úmido ou fotografar o cenário, o brasiliense cultiva um carinho pelo Lago Paranoá. O aniversariante de 12 de setembro recebe visitas constantes, como a de Alan Silva de Carvalho, 33 anos. Morador de Valparaíso (GO), ele garante que, se morasse mais perto, tomaria banho diariamente naquela água. “Gosto porque é um lugar muito tranquilo, que transmite uma paz boa. Nunca vi brigas ou confusões entre os frequentadores”, diz.

Mas quem vê a imensidão do lago dificilmente imagina que a história dele também é enorme ou que parte daquele lugar já esteve ocupada por uma população de cerca de cem famílias, como explica Denise Coelho, professora da Secretaria de Educação e especialista do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. “Muita gente não sabe, mas o Lago Paranoá foi antevisto pelo engenheiro Auguste François durante a segunda Missão Cruls, que, resumidamente, fez uma série de pesquisas no interior do país para descentralizar o desenvolvimento do Brasil dos estados litorâneos”, conta.

Quando esse ideal precisou sair do papel, o lugar não era o mesmo de séculos atrás. “No fim da década de 1950, muitas pessoas moravam ali, em uma vila que foi chamada de Sacolândia, depois Vila Bananal e, por fim, Vila Amaury.” Os moradores foram transferidos para Sobradinho e Gama, mas, até hoje, mergulhadores encontram pedaços de casas, carros e máquinas no fundo d’água.

Da descrença à realidade

Há 60 anos, críticos de Kubitschek chegaram a dizer que construir um lago artificial na nova capital era uma loucura. Adversários políticos e descrentes diziam que a ideia seria um fracasso e que o lago não encheria. “No dia em que o lago atingiu mil metros de altitude, o então presidente mandou um telegrama para os críticos mais ferrenhos com duas palavras: ‘Encheu, viu?’”, lembra Denise. Hoje, as águas que já foram rasas permitem que os frequentadores se molhem dos pés à cabeça, como faz o empresário Marcelo dos Santos, 36. “Esse é o meu refúgio! É bom para a alma e para o corpo”, comemora o morador do Cruzeiro.

 

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