Com shoppings e parques fechados, DF tem 36 casos confirmados de Covid-19

Novo decreto do GDF determina, a partir de hoje, que centros de compras, áreas de lazer, boates, casas noturnas, feiras, clubes e zoológico paralisem as atividades. Representantes do comércio local concordam com as medidas, mas preveem crise

 

Os Shoppings e boates fechados, população em casa, ruas vazias, comércio sem movimentação. O cenário que tomou as grandes capitais do mundo com a pandemia do coronavírus chega, aos poucos, ao Distrito Federal. A capital tem 36 casos confirmados de Covid-19. Outras 174 notificações estão em investigação, incluindo quatro crianças internadas no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Do total de contaminações, cinco ocorreram por transmissão local, quando a infecção acontece na cidade, mas é possível apontar a origem.
Os números mostram o impacto não só na saúde pública, como também na economia. Ontem, edição extra do Diário Oficial do DF saiu publicada com novo decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) para conter a Covid-19. O GDF determinou, a partir de hoje, o fechamento de shoppings, parques, boates, casas noturnas, feiras, clubes recreativos e zoológico.
Diante disso, entidades representativas sentem os efeitos nos caixas. Pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) estima que o prejuízo chegue a R$ 400 milhões neste mês. “É uma situação que impacta tudo, mas precisamos parar. As pessoas têm de ficar em casa. Os lojistas devem saber que não adianta abrir o comércio sem clientes. Apoiamos o fechamento dos shoppings e estamos com o governo, que prometeu empréstimos ao setor”, diz. Para ele, a linha de crédito do Banco de Brasília (BRB) de R$ 1 bilhão para empresários do setor produtivo é a solução adequada para o momento. “O coronavírus é um problema que trará prejuízos durante cerca de 90 dias, então, o empréstimo é o ideal agora”, avalia.

Impacto
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia, também concorda com as medidas mais recentes do GDF. “Temos sentido mais impacto nos setores de shoppings, lojas e hotéis, que não adianta abrir, porque ficariam vazios, gastando energia, água, telefone. Então, apoiamos o fechamento”, reforça.

Na avaliação de Francisco, ainda não se pode dimensionar o tamanho do impacto negativo da Covid-19 na economia local, mas ele acredita que será grande. “Estamos tomando medidas para ajudar as empresas antes de o estrago se instalar por completo. Tudo o que o governo está fazendo vem acompanhado de uma consulta ao setor produtivo, isso é importante. E as linhas de crédito do BRB são essenciais, porque a taxa de juros facilita o pagamento. Ou seja, é o caminho emergencial que temos de tomar”, observa.

Palavra de especialista

“Esperar com precaução”
“O DF foi muito criticado quando cancelou aulas e começou a mobilização para fechar estabelecimentos, mas vimos que muitos outras unidades da Federação seguiram essas medidas depois. Isso gera um impacto econômico muito grande, principalmente na economia das pequenas e microempresas. O mercado informal, por exemplo, começava a ver uma melhora, mas, com a pandemia do coronavírus, também sofre e não consegue se expandir. A retomada só deve vir após o pico de casos da doença, a partir do próximo mês, quando pode aparecer uma luz no fim do túnel. Até lá, veremos menos pessoas nas ruas e mais estabelecimentos fechados. O que podemos fazer é esperar com precaução, porque é difícil encontrar soluções econômicas para um problema que não é econômico, é de saúde pública. O que as empresas devem fazer agora é segurar caixa, resguardar custos, minimizar gastos e tentar ao máximo segurar a saúde financeira para uma retomada futura.”, Vitor Hugo Fonseca, economista da G2 Investimentos.
Plano para o Parque da Cidade
Com o novo decreto do GDF, a entrada em locais como os parques da Cidade, Olhos D’Água, Ecológico de Águas Claras e Ecológico Dom Bosco estará limitada. Devido à extensão e ao fácil acesso à área de lazer da Asa Sul, o administrador do Parque da Cidade, Silvestre Rodrigues, analisa como será a barreira no lugar, que tem grande movimento de veículos. “O certo é fechar todo o parque. Estudamos uma maneira de fazer o fechamento geral, mas mantendo a circulação interna de quem trabalha no local”, disse. Até o fechamento desta edição, o administrador não informou como a medida do governo será atendida.
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