Iniciativa internacional pretende identificar sinais genéticos que indicariam propensão a desenvolver doença, bem como aprimorar triagens
Pesquisadores britânicos e norte-americanos podem revolucionar o diagnóstico e os tratamentos contra diversos tipos de câncer. A empreitada denominada Aliança Internacional para Detecção Precoce do Câncer é liderada pela Cancer Research UK e busca identificar a doença antes mesmo que ela apareça no corpo. No futuro, os pesquisadores desejam desenvolver a “prevenção de precisão”, que consistiria em criar métodos que evitem o desenvolvimento de tumores em pessoas que têm essa propensão.
A rede de profissionais inclui ao menos cinco universidades: Cambridge, Manchester, University College de Londres, Stanford e Oregon, além da filantrópica Cancer Research UK. Até agora, o projeto conta com quase US$ 300 milhões de financiamento. O foco da iniciativa é desvendar problemas nos atuais programas de triagem, desenvolver novos testes e conseguir detectar células pré-cancerígenas.
Segundo os especialistas envolvidos no projeto, a ideia inicial é melhorar os programas de triagem existentes, tornando-os mais direcionados, precisos e menos invasivos. Hoje há protocolos de triagem apenas para câncer de mama, colo do útero e intestino. Depois, o plano é desenvolver ferramentas de triagem para outros tipos de câncer, como de pulmão e de próstata.
Os cientistas de Manchester também estão investigando como retirar células de uma pessoa com alto risco de desenvolver câncer e reproduzi-las, para testar sob quais condições elas provavelmente se tornarão cancerosas ou quais genes aumentam o risco.
A expectativa é que, em até 30 anos, os médicos sejam capazes de escanear os genes de alguém no início da vida, para prever se aquele indivíduo é propenso a desenvolver câncer – e, principalmente, o que poderia ser feito para evitar a doença.